Parafraseando meu amigo jornalista Claudio Osti, “como todo dia é dia de falar de política, vamos falar de bastidores”.
Minha sábia avó lá na Barra do Jacutinga, já dizia há 60 anos atrás que “a gente nunca pode contar com ovo, antes que a galinha cacareje”.
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Essa conversa de reunião para discutir vice em Ibiporã, para uma eleição que só deve ocorrer ano que vem, é muito prematura.
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Quem garante que viveremos até lá? Quem somos nós para contrariar o sábio conselho de Clarice Lispector que “devemos viver um dia de cada vez para não perder as boas surpresas da vida?"
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E como Claudio Osti já abordou o tema em sua coluna Paçoca com Cebola, a reunião na casa do prefeito, segundo ele, foi para discutir a substituição da atual vice prefeita Mari de Sá na chapa da reeleição.
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E aí, a encomenda do assunto foi para medir a febre?
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Mas de quem? Do eleitor, ou dos candidatos ao cargo? Quem encomendou?
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Quando se aponta um nome como “o mais cotado” como sugeriu o autor, referindo-se a um personagem por ora sem nenhuma expressão política, cheira coisa encomendada.
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Apontar o empresário Roberval dos Santos não é nenhum demérito, cidadão de respeito, embora na atual circunstância, seja perfeita utopia. Até porque não tem grupo e seus rastros deixados na política o colocaram em descrédito. Não como pessoa, ou como cristão que em particular, merece todo meu respeito. Mas como político, incorreu no erro de muitos.
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Por um tempo, estava fazendo a coisa certa, e estava num caminho que futuramente lhe garantiria a prefeitura. Sua atuação em defesa do aumento abusivo do IPTU, causado por uma “suposta avaliação” da Planta Genérica de Valores, (batendo de frente com o sistema) levando a suspensão da cobrança por medida Judicial lhe deu notoriedade. E isso incomodou o prefeito.
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Zé Maria já nem dormia direito. “Esse cara vai me dar trabalho”... temos que arrastar ele prá cá, o imaginamos conversando com sua sombra na parede.
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De posse da presidência da Câmara, Santos teve tudo para resgatar as contas reprovadas de José Maria e torná-lo inelegível, colocando um ponto final em sua carreira política abrindo oportunidade para renovação no município. Não estaria fazendo nada ilegal. Pelo contrário, estaria fazendo um favor a cidade contribuindo para uma limpeza pública. Basta dos mesmos!
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Seu intento de disputar a prefeitura embora prematuro, tinha primícias de futuro garantido. Era só esperar a hora. Hoje era para ser o candidato a prefeito. Mas aparentemente, mudou de ideia. Sem dinheiro para bancar uma campanha e sem apoio, também mudou de lado e passou a jogar contra.
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Por certo descuidou de observar o ensinamento de Paulo em I Corintios 15:33 (As más companhias corrompem os bons costumes)
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Ouviu o canto da sereia, traiu a confiança das lideranças da igreja (os pastores Samir Basso e José Vilande) e há rumores que até mesmo quem ajudou a eleger, o relacionamento não é mais o mesmo. Trocou a cor da camisa, parte das amizades, e a esperança que nele era depositada como jovem liderança na política, foi para ao espaço.
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Assim como o ex-vereador, Lávaro Furrier e o ex-presidente da Câmara Pedro Chimentão, ficou rotulado de traíra!
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Hoje é carta fora do baralho, e como um Fênix enterrado na desconfiança, procura renascer das cinzas. Mas não foram somente as lideranças da igreja que se decepcionaram. Companheiros de partido também. Poupou o campeão de improbidades, José Maria Ferreira, e contribuiu para que suas contas reprovadas não chegassem ao legislativo.
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Já supostamente sobre influência de “forças ocultas” como diria Jânio Quadros, travou obras importante para o município, criou cargos suplementares na Câmara como diretor e assessor jurídico da presidência com salários na casa de R$ 8 mil reais abrindo precedente para mudanças que culminaram em outro cargo hoje de quase R$ 10 mil usufruídos pelo assessor da vereadora Maria Galera.
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Com a atitude de Santos, Ferreira, resolveu três problemas. Conquistou o direito de disputar a eleição, eliminou um adversário potencial, e reverteu na Justiça a ação do IPTU obrigando a população a pagar mais caro com juros e mora. E agora o que temos é um passe vencido, que não recebe crédito nem de um lado, nem de outro. E Ibiporã perdeu um bom candidato.
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Raposa velha, o prefeito brinca como quer com seus peões no tabuleiro. A atitude da bancada na Câmara, mostra que tem todos sob controle, na palma da mão sem muito investimento. Um se vendeu para chegar a presidência, outro por carguinha para mulher, outro por 40% de insalubridade, outro por promessa de obra faraônica, e assim vai... e isso não é segredo para ninguém. Todo mundo sabe!
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E quem não come na mão do prefeito, é perseguido. Taí o caso do vereador Gilson porque cobrou atendimento dígno na saúde.
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Mas este pseudo conjunto político, não passa de mera especulação. Se vivermos um dia de cada vez, as surpresas com certeza virão por aí.
Se Roberval dos Santos acredita que terá chance no grupo de Zé Maria...é porque não o conhece nem um pouco.
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Vice descartada, (mas será acomodada no governo) secretário descartado (estratégia do prefeito com a educação para queimá-lo), no fundo, sobra seu cumpanherão de PT, ex-deputado André Vargas. Agora de ficha limpa e com disposição e dinheiro para ser o vice na chapa do prefeito.
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Contar com o desgaste político do prefeito, não é suficiente. Ainda tem muito puxa-saco que deve favores. Para Ibiporã mudar é preciso que surja uma nova liderança, gente com ficha limpa, sem rótulo de traíra e sem vício na política.
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Quem sabe um empresário, um médico, um professor que ande de cabeça erguida na cidade ao ponto de onde passar ninguém ouse comentar. “Lá vai um traíra!”
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Até porque, ouvir um comentário assim deve ser mais amargo do que comer “paçoca com cebola”.
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