website page view counter

Folha Regional Online

Sexta-feira, 29 de Marco de 2024
laboratório
laboratório

Geral

Carnaval, escolas e pandemia

O Carnaval é uma festa religiosa, embora pareça irônico. É parte dos ritos da “Septuagésima”, tempo que inclui a Quaresma.  

Hatsue Kajihara
Por Hatsue Kajihara
Carnaval, escolas e pandemia
Arquivo/Folha/Correio Brasiliense
IMPRIMIR
Espaço para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

Sambódromo na Sapucaí, vazio e silêncio na vizinhança. Este ano, nem capeta, nem Cristo sendo arrastado pela avenida. Castigo?

Muitas religiões, muitos povos, têm tradições fortes de períodos de abstinência e moderação no consumo de alimentos e bebidas. É o caso da Quaresma cristã, do Ramadã muçulmano, do jejum do Yom Kipur judaico, e de muitos outras confissões ou filosofias religiosas ou laicas. Há nisso o aspecto de respeito a datas importantes, reforço à própria autoestima pela disciplina praticada, até o sacrifício por algum objetivo material ou político.    

Publicidade

Leia Também:

As festividades de sátira, inversão temporária de papeis sociais, uso de disfarces, consumo exagerado de bebidas e determinados alimentos, existem desde a antiguidade marcando geralmente o início da primavera e do plantio no hemisfério norte. Essas festas incluíam comemorações entre os antigos egípcios, judeus, gregos e por fim romanos, e delas o Carnaval do cristianismo ocidental, quando a Igreja autorizava o afrouxamento de certas regras de comportamento antes do início do período quaresmal em que jejum, mortificações e orações constantes eram obrigatórios.  

Como o conhecemos, o Carnaval deve ter se iniciado em Veneza com as mascaradas da “commedia dell'arte”, e festas populares de Paris donde se espalharam por muitos lugares com destaque para as cidades de Nice, Nova Orleans, e finalmente Rio de Janeiro.

Desde o século dezenove o povo se divertia nas ruas do Rio, Salvador, Parati e outros locais com as “brincadeiras” do entrudo, que envolviam batalhas de água e outros líquidos, máscaras, danças, zombarias a autoridades, excesso de bebida alcoólica, e por fim brigas que podiam resultar até em mortes. Os privilegiados comemoravam em clubes e sociedades, e desfiles nos primeiros automóveis, os “corsos”.

O espírito festeiro e a musicalidade popular geraram os “blocos” carnavalescos, alguns ainda existentes, e por fim as “escolas de samba”, gênese do que é hoje o maior carnaval do planeta. Embora o desfile das escolas do Rio de Janeiro seja o que mais se conhece desta festividade, as expressões mais autênticas, e divertidas, são os blocos de rua, as bandas, os cordões, os trios elétricos, os foliões solitários, que existem em todo o país, de Manaus a Antonina, de Salvador a Pirapora, e no Rio, sempre no Rio.   

Neste ano a festa será mais triste, a prudência assim o recomendou, e o bom senso reforça a recomendação de evitar aglomerações, justo no Carnaval, a essência da aglomeração e do ajuntamento. Mas não podemos facilitar o trabalho deste vírus assassino, não devemos nos colocar em risco, menos ainda aos que amamos. Ruy Castro em seu livro “Metrópole à beira mar” relata a Gripe Espanhola em 1918, que também matou milhares de brasileiros, e conta que quando a peste passou no início de 1919 foi comemorado o maior carnaval que já se havia visto.

Neste momento de tímido retorno às aulas, cercados de cuidados e com receio, pois se trata de nossas crianças e jovens, com a maior parte dos professores ainda sem perspectiva próxima de vacina, a faixa etária será contemplada bem mais tarde, e a insegurança das etapas seguintes é grande. Não primamos pela eficiência governamental no combate a esta doença, precisamos nos destacar na responsabilidade pessoal.

Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.

FONTE/CRÉDITOS: Wanda Camargo | [email protected]
Comentários:
Hatsue Kajihara

Publicado por:

Hatsue Kajihara

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry's standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book.

Saiba Mais
King Pizzaria & Choperia
King Pizzaria & Choperia

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!