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Folha Regional Online

Segunda-feira, 14 de Julho de 2025

COMPORTAMENTO

Quando o Presente Carrega as Sombras do Passado: A Dor de Ser Comparado em um Relacionamento

Uma das situações mais dolorosas dentro de um relacionamento é ser constantemente comparado a antigos parceiros.

Hatsue Kajihara
Por Hatsue Kajihara
Quando o Presente Carrega as Sombras do Passado: A Dor de Ser Comparado em um Relacionamento
📸Divulgação
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    Todo relacionamento carrega consigo uma bagagem. Às vezes leve, cheia de aprendizados e boas lembranças; outras, pesadas, com feridas mal cicatrizadas e memórias que insistem em voltar. Quando iniciamos um novo capítulo afetivo, é esperado que o passado tenha sido, senão superado, ao menos compreendido. Mas, nem sempre é assim. Uma das situações mais dolorosas dentro de um relacionamento é ser constantemente comparado a antigos parceiros. E essa comparação pode ser silenciosa, expressa em atitudes sutis, ou explícita, dita em palavras que ferem e corroem a autoestima.

O impacto de ser comparado

    Viver à sombra de alguém que já não está presente é emocionalmente exaustivo. Quando uma pessoa compara seu parceiro atual com um ex, está colocando esse novo relacionamento em uma posição de desvantagem, alimentando inseguranças e desconfortos. Frases como “meu ex fazia diferente”, “ele era mais carinhoso”, ou até a ausência de comparações verbais, mas a presença de atitudes que demonstram insatisfação, podem ser devastadoras.

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  Essas comparações criam um padrão impossível de atingir: não se está competindo com uma pessoa real, mas com uma versão idealizada de alguém que já passou. Afinal, com o tempo, a memória costuma suavizar as falhas e intensificar as qualidades, tornando o ex quase um personagem fictício, sem defeitos. Isso é injusto, pois cada relacionamento tem suas próprias dinâmicas, ritmos, aprendizados e erros.

Por que comparamos?

   Comparar o atual com o passado é um mecanismo comum, mas perigoso. Muitas vezes, ele surge por falta de elaboração emocional. Quando um término é recente ou mal resolvido, é natural que ainda existam resquícios de afeto, mágoas ou dúvidas. E ao iniciar um novo relacionamento sem fechar o ciclo anterior, é fácil projetar no novo parceiro aquilo que ficou pendente com o antigo.

   Também há quem use comparações como forma de “ensinar” ou tentar moldar o outro. É como se dissesse: “Veja como o outro faz melhor, tente ser assim.” Isso, porém, é um grande erro. Relacionamentos saudáveis não se constroem sobre cobranças baseadas em histórias anteriores, mas sim sobre a construção única da conexão presente.

As consequências para o parceiro comparado

   Quem é constantemente comparado pode desenvolver sentimentos de inadequação, ansiedade e desvalorização. Pode se questionar se é “bom o suficiente” ou se está apenas ocupando um lugar temporário no coração do outro. Isso compromete a intimidade, a espontaneidade e o afeto. O medo de ser julgado ou “perder pontos” por agir de maneira diferente do ex leva à autocensura e até ao afastamento emocional.

   Além disso, o parceiro pode começar a competir silenciosamente com alguém que já não faz parte da vida do outro — e isso é desgastante. Ninguém merece viver um relacionamento tentando superar um fantasma.

Como lidar com isso?

    O primeiro passo é o diálogo. É preciso ter coragem para expressar o incômodo, sem acusações, mas com sinceridade. Dizer frases como: “Sinto que estou sendo comparado, e isso me machuca” pode abrir caminhos para uma conversa franca. O parceiro pode não estar ciente do quanto está reproduzindo essas comparações, e esse tipo de conversa pode ser um ponto de virada.

   Por outro lado, quem se percebe fazendo essas comparações precisa olhar para dentro e se questionar: Por que estou comparando? Ainda estou preso a sentimentos antigos? Estou colocando expectativas irreais nesse novo relacionamento? É essencial entender que cada relação é única, com seus próprios desafios e belezas.

    Se o ciclo de comparações persiste e compromete a qualidade da relação, buscar apoio terapêutico pode ser uma saída valiosa. Muitas vezes, o problema não está no outro, mas nas feridas internas que ainda não foram curadas.

Encerrando o ciclo para viver o agora

    Viver um novo relacionamento exige presença. Não é justo, nem saudável, carregar alguém do passado para o presente. Cada pessoa merece ser amada por quem é, com suas virtudes e defeitos — e não por quem se parece ou não com um ex. Comparar é humano, mas insistir em comparar é um sinal de que algo dentro de nós ainda precisa ser resolvido. Um relacionamento só floresce quando ambos se sentem aceitos e valorizados, sem precisar disputar espaço com memórias.  clubmodel

   Portanto, se você percebe que está vivendo essa situação, ou a reproduzindo, vale parar, respirar e refletir: Estou pronto para viver esse amor com os olhos voltados para o presente? Porque, no final das contas, só é possível amar de verdade quando deixamos o passado no lugar dele — como parte da nossa história, mas não como roteiro do nosso futuro.

FONTE/CRÉDITOS: Izabelly Mendes/Colaboradora
Comentários:
Hatsue Kajihara

Publicado por:

Hatsue Kajihara

Hatsue Kajihara/Jornalista

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