O prédio que por anos foi point de encontro dos jovens no fim dos anos 40, 50, 60 e 70, e deixou de ser o Cine Rex, depois o Cine Radar para ser igreja, há 18 anos foi transformado no primeiro Shopping Center da cidade, com a inciativa dos empresários, Ary Pelisson e Fernando Moya de Morais.
O empreendimento que criou grandes expectativas no final do ano de 2003, não emplacou como era esperado. Por conta da inauguração, várias lojas foram ocupadas tendo como âncora a griffe que mandava na época a “Pura Mania Jeans”, porém por pouco tempo. A ideia de se criar um ambiente de confraternização entre amigos como um centro de compras e lazer agregando uma praça de alimentação e ofertas de serviços, virou palco de poucas visitas e muitas salas fechadas. Raros são os que ainda permanecem no local dado ao giro de muitas lojas que chegaram e ficaram apenas por pouco tempo. A expectativa de criar-se um shopping que pudesse suprir a necessidade de lazer e bem estar para a família Ibiporaense, além de aquecer as vendas no comércio local, sofre ainda mais nos dias de hoje com as restrições impostas pela Pandemia.
O Terra Bonita Shopping não conseguiu agregar forças e motivos como opção para o consumidor deixar de frequentar os shoppings de Londrina.
Ficou apenas na expectativa e nas lojas com vitrines para a avenida.
São vários os fatores que conspiram contra o sucesso do empreendimento e segundo alguns, o preço das locações dos espaços disponíveis é um deles. Por outro lado o estigma que a concentração maior de consumidores se dá na Avenida Paraná desde a Praça Pio XII até o Supermercado Montana. Para se ter uma ideia, os valores dos aluguéis no centro de Ibiporã chegam a ser mais caros que em Londrina. Na rua Sergipe, por exemplo, encontra-se lojas de 40m2 pelo valor de R$ 6 mil mensais e em Ibiporã, uma loja da mesma metragem não se loca por menos de R$ 8 mil. É um mistério que os imóveis em Ibiporã recebam uma “valorização” que vão além dos preços de mercado em outras praças. Vão desde de avaliação de terrenos seja para venda ou locação e até desapropriação.
No entanto, chegando a maior idade, o Terra Bonita Shopping, apesar de manter sua fachada imponente, nem mesmo com o grande movimento da lotérica instalada no térreo, e as lojas voltadas para a avenida servem de incentivo para novos empreendedores ocuparem os espaços internos no empreendimento. Limita-se a escritórios de algumas empresas voltadas a vendas de imóveis, segurança, oficinas de celulares e prestação de serviços timidamente. Na praça de alimentação já foi tentado diversos segmentos, mas o retorno segundo quem investiu, foi menor que o investimento. O que é desanimador para um local aconchegante.
Já houve quem defendesse o espaço como um local de promoção de ações sociais e culturais com atividades de saúde, bem estar, campanha de adoção animal, atividades infantis, etc, porém inviabilizado pelo custo de manutenção. Segundo a gerente de Marketing do Plaza Shopping Center, Fernanda Alvarez, não tem maneira melhor de comemorar uma data como essa compartilhando com o público uma programação repleta de ações gratuitas, entretanto, este ano, devido as restrições impostas pelo Corona vírus, mesmo que houvesse uma disposição dos empreendedores em “dar uma injeção de ânimo” nos negócios, não seria possível.
É lamentável que um investimento que entrou para a história do município não tenha encontrado forças para figurar como “carro chefe” no comércio da cidade, como já foi outrora, nos tempos de cinema. Outro empreendimento comercial que também não vingou, foi o mini camelódromo, ou shopping popular também instalado na avenida Santos Dumont, onde localiza-se hoje a Farmácia Vale Verde e Correios.
Ary Pelisson, Fernando Moya de Morais, e Lázaro de Morais: Empreendedores do Shopping
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