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Folha Regional Online

Segunda-feira, 14 de Julho de 2025

Londrina

População reclama do “abandono” do Bosque Central de Londrina

Sujeira e mau cheiro causados pelos pombos são as principais reclamações de pessoas que moram ou trabalham perto do espaço de lazer.

Ely Damasceno
Por Ely Damasceno
População reclama do “abandono” do Bosque Central de Londrina
📸Jéssica Sabbadini
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   Caminhar pelo bosque Central Marechal Cândido Rondon, no centro de Londrina, pode parecer um desafio já que o mau cheiro e a sujeira trazidos pelo pombos causam transtornos para quem precisa passar por ali todos os dias. Bancos, mesas e corrimãos das escadas estão tomadas pelas fezes dos animais, problema que perdura há muitos anos.
   A reportagem da Folha, caminhou pelo Bosque Central na manhã da última sexta-feira (20) e conferiu de perto a situação do espaço público. A limpeza no local é feita diariamente, de acordo com a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), de segunda a domingo. Com o apoio de um caminhão-pipa, os agentes lavam o chão e o mobiliários urbano com água pressurizada. Apesar disso o problema sempre retorna no dia seguinte.

“Fica escorregadio”
   Hipertenso e diabético, o militar aposentado Aladino do Nascimento, 68 passa pela região quase todos os dias já que costuma caminha no centro para controlar os problemas de saúde e fazer atividades físicas. “Quando chove, fica muito escorregadio”, relata complementando que a situação traz riscos para as pessoas de mais idade, ainda mais pelo bosque ser uma das principais caminhos de acesso à Catedral de Londrina.

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   Ele aponta que o local também poderia servir de cenário para as pessoas que se casm em cartório ao lado do bosque, na rua Piauí com a avenida São Paulo, ou na Catedral e queiram fazer um registro. Mas do jeito que está, segundo ele, é impossível já que o mau odor toma conta e afasta os visitantes. A reportagem ficou por cerca de trinta minutos no local, sendo que a sensação é de que o odor só piora conforme os minutos passam.

   Ele ressalta que muitas propostas já foram colocadas em discussão para resolver o problema, mas que nenhuma delas seguiu adiante. “Seria viável apresentar um projeto para retirar definitivamente os pombos daqui. Tem que haver uma solução”, cobra, completando que o cenário agrava ainda mais a sensação de abandono do centro de Londrina.

“Falta de vontade”
    O protesista Valter Fernandes, 78 concorda com a necessidade de encontrar uma solução para o problema, mas reforça que os animais também são seres vivos e precisam ser respeitados. É necessário, segundo ele, existir uma discussão envolvendo toda a sociedade, inclusive a população e as universidades.

“O serviço que eles fazem hoje não é bom. É impossível frequentar a praça da maneira que está. O que nós podemos fazer é reunir a sociedade para encontrar uma solução, caso contrário vai ser muito difícil”, lamenta.
    Para Fernandes a morte nunca deve ser vista como solução para nada. “Com tantos especialistas no mundo que conseguem fazer uma bomba atômica, como não conseguem pensar em uma maneira de resolver o problema?, questiona. Para ele, o cenário se resume em uma falta de vontade política aliada à falta de posicionamento por parte das entidades voltadas à proteção dos animais.


“Cortar volta”
   Ao conversar com a reportagem a advogada Thamires Costa, 27 disse que pensou em “cortar volta” do Bosque Central para evitar o mau cheiro, o que ela fazia com frequência quando era mais jovem e ia com os amigos até um shopping na região central.
Ela garante que, na época a situação era ainda pior. Para ela o problema é complexo por envolver animais, mas sugere que fosse feito um espaço reservado para os pombos dentro do próprio bosque para as aves.

"Região Histórica"
   O comerciante Antonio Tomori, 65 frequenta a academia ao ar livre do Bosque Central pelo menos umas três vezes na semana para se alongar e permanecer entre 15 e 20 minutos. “O cheiro e a meleca são muito desagradáveis”, lamenta, ressaltando ainda que a inalação do odor pode causar doenças na população.
“O centro é o cartão postal da cidade, é uma região histórica”, ressalta. Ele reforça também que a limpeza só é uma tentativa de encobrir a situação, já que o problema retorna sempre na manhã seguinte.

ACIL busca soluções junto a pesquisadores

   O vice presidente da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Gerson Guariente, destacou que "a superpopulação de pombos deve ser tratada com urgência, pois é uma questão de saúde pública. Já está indo além do mau cheiro e do aspecto visual. Estamos na iminência de um problema de saúde muito grave. Temos procurado meios de conversar com técnicos e pesquisadores que consigam nos dar algum caminho para solucionar essa questão”, disse.

   Segundo ele, a Prefeitura tem tardado em resolver o problema, mas as reclamações constantes de comerciantes da região fizeram a ACIL buscar soluções de maneira autônoma com pesquisadores e especialistas no assunto.  "Temos uma dificuldade muito grande de fazer qualquer movimentação dentro da área próximo ao bosque. Essa população de pombos que está descontrolada dentro da área central,  está provocando problemas generalizados. Temos reclamações de diversos lojistas, que não conseguem manter limpas suas áreas”, afirmou salientando que a questão precisa ser resolvida “de uma vez por todas”.

Soluções bem pensadas
   Guariente ressalta que as medidas tomadas pela ACIL tem como objetivo elencar uma série de possibilidades para levar à prefeitura soluções “bem pensadas e concretas” diferentemente das demais já testadas no local que surtiram efeito.

“Alguns anos atrás houve uma tentativa de se resolver a questão via Prefeitura. Acabou que não deram continuidade e houve uma série de tentativas para tentar atenuar, com iluminação, gel, som, mas nada funcionou. Então estamos levando pesquisadores que tenham conhecimento técnico sobre o assunto para que seja referendado, porque tem que passar por aprovações e autorizações ambientais”, pontuou.

    O vice presidente disse que a sujeira dos pombos impede que o centro tenha uma “vida normal”, o que afeta diretamente o comércio municipal. “Queremos fazer eventos dentro do bosque, mas não conseguimos. Os eventos que fazemos na pas praças estão limitados. Então tremos muita dificuldade de ter uma vida normal nessa região”. 
A reportagem questionou a Prefeitura de Londrina sobre a situação e aguarda um posicionamento. (colaborou Bruno Souza)

FONTE/CRÉDITOS: Folha de Londrina/Jéssica Sabbadini
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Ely Damasceno

Publicado por:

Ely Damasceno

Bacharel em Teologia Theological University of Massachussets USA 1984/1990. Jornalismo pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Repórter Gaz.Esportiva, Diários Associados, Estadão/SP, Jornais Dayle Post, em Boston-USA e Int.Press Hyogo-Japão

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