Em 2023, o Governo do Paraná repassou R$ 256 milhões extras ao Tribunal de Justiça (TJ) e ao Ministério Público (MP) do estado. R$ 150 milhões foram enviados ao TJ, enquanto os outros R$ 106 milhões foram destinados ao MP. O valor é somado aos orçamentos dos órgãos. Naquele ano, o orçamento do TJ era de R$ 2,78 bilhões. No MP, R$ 1,3 bilhão.
O repasse extra é possível por conta de uma mudança na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023. A alteração permite que o estado repasse mais dinheiro aos poderes desde que o governo feche o ano com superávit, ou seja, o dinheiro que "sobra" nas contas do governo depois de pagar as despesas, exceto juros da dívida pública. De acordo com a lei, o repasse extra só pode ser feito para cumprir obrigação de lei federal ou emenda a constituição que aumente os gastos com defesa pessoal, nos quais os pagamentos de salários se encaixam.
O repasse é previsto na lei, ou seja, não é ilegal, mas o dinheiro envolvido deixa de ser usado em outros setores que poderiam afetar a população mais diretamente, como defende Cristiano Pavini, coordenador da ONG Transparência Brasil. "O dinheiro do Executivo é finito, e quando ocorre esses repasses extraordinários, você está deixando de investir em áreas como saúde, educação, bem-estar social, e repassando para o Judiciário e Ministério Público. Eles são, claro, órgãos essenciais e estratégicos, mas nós sabemos que esses recursos não vão para a ampliação dos serviços do Judiciários e Ministério Público. Eles acabam sendo divididos para aumentar a remuneração dos seus membros e servidores sem necessariamente impactar positivamente na população", explica.
TJ não fala sobre destino dos recursos
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/x/I/JhW6JAQ0G7BSkri0AeBA/img-55671.jpg)
Tribunal de Justiça do Paraná — Foto: Divulgação/TJ-PR
Comentários: