A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, por lavagem de dinheiro e associação criminosa pela suspeita de ter recebido R$ 3 milhões em propina após uma companhia holandesa assinar um contrato de R$ 30 milhões com o porto. O caso foi em 2009. Segundo a PF, o pagamento de três milhões foi feito pela companhia em três depósitos em uma conta suspeita na Áustria.
Eduardo comandou o porto entre 2003 e 2008, durante o governo do irmão, Roberto Requião, que não é investigado. A investigação surgiu em 2021, a partir de uma operação que apurava um esquema de pirâmide financeira e criptomoedas. O empresário Valmor Felipetto, que tinha negócios no Porto de Paranaguá, disse em interrogatório que recebeu em uma conta depósitos para atender a um pedido de Eduardo Requião.
A defesa do empresário não quis se manifestar. A reportagem não teve retorno da defesa de Eduardo Requião. Investigadores quebraram o sigilo bancário de Felipetto e analisaram mensagens e documentos. Eles concluíram que os depósitos foram feitos pela empresa holandesa que, na época, assinou contrato de R$ 30 milhões para fazer a dragagem do Canal da Galheta, principal acesso ao porto. Segundo a PF, foram três depósitos que, juntos, somaram quase R$ 3 milhões.
Felipetto alegou à PF que usou parte do dinheiro na compra de criptomoedas. Eduardo Requião, conforme as investigações, cobrou de volta o dinheiro usado pelo empresário. Para devolver os valores, Felipetto fez, de acordo com o inquérito, operações de lavagem de dinheiro com a participação de Eduardo Requião, os dois filhos e a mulher dele, que também foram indiciados. A PF encaminhou a investigação para o Ministério Público Federal (MPF), que pode ou não oferecer denúncia. Será que corrupção no Porto de Paranaguá já não vem de longos anos?
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