Nosso país infelizmente está trilhando para um caminho sem volta, à exemplo do que ocorreu na Venezuela e já instalado em outros países miseráveis da américa latina. À partir do bolsa esmola e a queda na qualidade do ensino básico, regado a cartilhas com conteúdo desavergonhado que chega a enrubescer até mesmo os comunistas conservadores como norte coreanos e chineses, caminhamos para a miséria conhecida como "pão e circo". A política no país caminha a passos largos para decadência de mãos dadas com a corrupção e pouca vergonha para cumprir profecia de Rui Barbosa.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".
Não é de hoje que na politica londrinense, se vislumbra um circo. As vezes uns mais ricos, com tendas coloridas em lonas importadas de primeira linha. Dentro da jaula, um exímio domador dispensa chicote para comandar os poucos, mas consideráveis animais de cabresto e extremamente vorazes. Como leões, fazem o espetáculo coordenado pelo domador, arrebatando mais e mais bilheteria com a única finalidade de abocanhar uma fatia do filé mignon que é pago por muitos mas dividido para poucos. Já as hienas apenas circundam os leões a espera de que lhe sobre algum pedaço deste alimento indigesto pois são incapazes de proporcionar um espetáculo do mesmo nível.
Mas num circo de periferia daqueles bem simples, diferente dos armados no centrão ou em zona nobre da cidade, com lona remendada e por vezes já podre, desgastada pelo tempo, não há leões nem hienas. Sequer palhaços para colorir o espetáculo. Mas em todo circo que se prese, há uma atração especial. E geralmente aparece um astro para roubar a cena, cuja dedicação e respeito a quem paga o ingresso, não admite domador, animais vorazes, e não aceita cabresto. Também não aceita parte de file mignon nem a partilha do que sobra para as hienas.
Mas, a atuação de seu número, recebe aclamação de milhares e reconhecimento público de uma atuação impecável, firme, alinhada com os anseios de quem paga para ver. Ao circo dos poderosos, ela oferece perigo, ao ponto de dar espetáculo na corda bamba, de sombrinha sem perder o equilíbrio, nem a linha. E assim desta forma, ter um astro desta estirpe num grande circo, pode ofuscar domadores de leões, e desempregar hienas e palhaços. Sua postura é tal, que outros circos de vários portes, fecham as portas para a "dona do espetáculo" que, na sua linha de conduta continua firme, sabendo que seu número incomoda e que sua apresentação não pode parar.
Mas no fundo no fundo, qual dono de circo não gostaria de ter uma atração que atrai milhares de espectadores, deixando seu ingresso na urna para continuar assistindo sua performance onde quer que seja o espetáculo? Na impossibilidade de convencimento a mudar seu número, vislumbra-se uma perseguição desenfreada, sem limites revelando que o circo dos poderosos é movidos por poder sem pudor. E o espetáculo segue num triste roteiro que coloca quem paga, numa condição miserável de um dia chegar a viver apenas de pão e circo.
Esta é apenas uma analogia que cai bem para ilustrar o calvário que a Vereadora Marly de Fátima Ribeiro, a Mara Boca Aberta continua a enfrentar em sua carreira politica na segunda cidade mais importante do Paraná. A vereadora que incomoda a tal ponto de ter seu mandato ameaçado de cassação por cumprir as obrigações que o cargo lhe impõe e confere. De sorte incomoda muitos. Seus milhares de votos arrebatados na eleição, são cobiçados pela maioria. Quem não gostaria de ter no partido uma candidata com este potencial?
Porém sua postura moral e ética, é um risco para o sistema. Ela fiscaliza, analisa documentos, e quando se depara com qualquer indício de irregularidade questiona, investiga e denuncia. É uma bomba relógio que pode derrubar qualquer sistema corrupto. Logo, representa um perigo que precisa ser contido a todo custo. Pelo simples fato de representar com dignidade os votos que recebeu, é notório que virou alvo de perseguição. Da para numerar aqui, inúmeros exemplos de seu trabalho que "incomoda".
Será que executar bem seu trabalho é ato incompatível com o decoro parlamentar? Sair em defesa de uma categoria como Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias é crime? Questionar subsídio duvidoso a empresas particulares prestadoras de serviço é o fim do mundo? Cobrar do executivo transparência em suas ações e serviços que são outorgados pelo cargo é motivo para perda de mandato? Pois é neste cenário que a vereadora londrinense Mara Boca Aberta se encontra.
Estamos em vias da eleição municipal e desde que foi expulsa do Podemos, onde havia se filiado há pouco mais de três meses, está sem partido e as portas dos demais fechados. Foram pelo menos 25 partidos que não a aceitaram. Parece combinado e, se estivéssemos na Itália, arriscaríamos dizer que é coisa de máfia. Como bem disse o jornalista Fiori Luiz: "Que vergonha heim? Vocês não tem candidato com a votação que ela tem né? Tem nada!", ao comentar um ouvinte que disse, "fizeram casinha prá ela".
No Podemos, entrou pela janela partidária e teve sua filiação contestada pela executiva estadual e os seus 6.192 votos, não foram o suficientes para a aceitarem no partido. Por certo devem ter candidatos com maior potencial como aquele que ficou em 15° lugar na votação com apenas um terço dos votos de Mara (2.307 votos). Hoje, Mara Boca Aberta está sem um partido pra concorrer porém, não abre mão de seu espetáculo, mesmo na corda bamba, de sombrinha, continua dando o show. E como em cada circo, por mais pequeno que seja, no fim do espetáculo sempre existe uma surpresa! E quem quiser assistir, já pode ir reservando seu ingresso.
Comentários: