A politica não é mesmo coisa para amadores! Porque há momentos em que ela enoja, dado a atos irracionais, previamente premeditados por pessoas sem caráter, cuja moral já ultrapassou a fronteira da dignidade humana. O filósofo italiano Nicolau Maquiavel, nem em sua maior sacada em formular teorias sobre a influência da política no ser humano, seria capaz de prever, até onde pode chegar certos elementos.
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Se fosse vivo, teria muito que aprender ainda com certos nefastos da vida pública. Há quem diga que criou um manual com estratégias e métodos sobre como os governantes deveriam se comportar para manter e expandir o poder. Mas há também quem considere que ele, na realidade, alertou o povo sobre os perigos da tirania. E não estava errado.
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A inversão de valores e a corrupção, colocam hoje no poder, a pior espécie de degenerados travestidos de “cidadãos de bem” estes já, com o passaporte garantido ao inferno. E sem escalas.
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Atualmente, o mais aceito é que as reflexões de Maquiavel formaram as bases do pensamento realista da ciência política moderna, e a imoralidade atribuída a elas na verdade provém de uma interpretação descontextualizada. Mesmo assim, o termo “maquiavélico” se tornou um adjetivo usado para qualificar pessoas sem escrúpulos, traiçoeiras e sem respeito pelas leis morais e ao próximo.
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Afinal, em sua obra mais conhecida “O Príncipe”, o filósofo dissecou a política sem escrúpulos, mostrando que o que a move é a luta pela conquista e manutenção do poder. Não importa se para isso for necessário romper com valores morais impostos seja pela Igreja ou pela sociedade. Este deve ser o livro de cabeceira de alguns que a gente conhece.
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O que ele defendia, na realidade, (e que hoje é mau interpretado por conveniência), é que a política, a ética e a moralidade deveria ser medida com base em atos que sejam úteis à coletividade, mesmo que com isso acabe ferindo valores individuais. Mas não é isso que acontece!
Um dos pontos mais centrais do pensamento de Maquiavel é a dicotomia entre virtude e corrução.
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Um príncipe, ou governante corrupto, é aquele que não necessariamente é pérfido, mas sabe conquistar seus favores para manter o poder e expandir o domínio sem depender do acaso. Na visão o filósofo, o governante corrupto, também sabe ser virtuoso. Espera o momento certo de agir e de não fazer nada, que deixe rabo.
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São os tais que fazem fortuna milionária e nunca são pegos porque agem de forma diabólica e ardilosa com a conivência de quem deveria fazer “justiça”. E ainda fazem discípulos. São os desprovidos de moral vendidos a preço que não valem. Que mentem parecendo piedosos de modo a convencer que está preocupado com bem-estar de seu povo quando na verdade o usa como lhe convém. Estes não valem o que recebem.
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Foi-se o tempo em que a política era determinada pelo cérebro, e tomada por homens de bem. Hoje é determinada pelo dinheiro de corrupção nas mãos de marginais de colarinho branco. Todas as observações de Maquiavel tinham, no fundo, a intenção de mostrar que o objetivo da política era manter a estabilidade social e do governo a todo custo.
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Cabe lembrar que o contexto em que vivia era de guerras e disputas, em uma Itália fragmentada e com o poder muito ditado pela Igreja. E hoje, não é muito diferente, travamos guerras diariamente contra esta estirpe de gente, que faz da igreja, um subterfúgio para esconder a face demoníaca de quem passa as noites, “maquiavendo” a quem atingirá no dia seguinte.
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