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Quinta-feira, 22 de Maio de 2025
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Branca de Neve, e os sete anões

Mais uma fábula da terra do nunca...serei prefeito!

Ely Damasceno
Por Ely Damasceno
Branca de Neve, e os sete anões
Disney/Pixar Studios
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Respeitável público... e público desejável! Este ano temos circo? 

Não senhor... temos enredo de cinema!

    Já viram aquele filme que o rato sai da toca para virar astro de comédia em desenho animado? E que animação!... cujo projeto do roteiro dizem que foi escrito sob sete chaves em coisa de um ano, e agora estaria pronto e prestes a surgir nas telas. Seria Stuart Little 2024?

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   Pois bem, se estivéssemos em Holywood, a fantasia até poderia se tornar realidade, porque está pertinho da terra do nunca! Mas o enredo está mais para os trapalhões do que para o clássico, Branca de Neve e os sete anões. E como todo filme para ter sucesso de bilheteria, precisa de marketing, investimento em mídia e acima de tudo, alguma coisa para entregar aos cinéfilos.  

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Ah, e o principal, o protagonista tem que ser figura popular, ter empatia do público, andar pela cidade, e não viver escondido na floresta por alguns anos de depois aparecer junto com Branca de neve e sete anões e querer brilhar nas telas e ser o sucesso de bilheteria do ano. Se utopia fosse reconhecida pela "Academy Awards", este enredo merecia um Oscar. Só que não! E só há dois cenários onde elefante voa, no cinema e na política! E há quem acredite seriamente nisso.

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Depois de Pinóquio e Dumbo, clássicos de Disney que ganharam uma nova versão, o cenário aponta para uma versão tupiniquim de Branca de Neve e os sete anões, para tornar-se não um pilar na história do estúdio, mas uma comédia na vida real, fora de contexto onde o protagonista aparece apenas no fim do filme para gravar a última cena.  E quer aplausos de toda a plateia.  E alguns perguntam, quem é o ator?

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Não basta apenas a Branca de Neve como interlocutora e sete anões para bancar o filme, se a disputa pelo Oscar tem pelo menos mais dois concorrentes de peso. Um dos concorrentes, já recebeu nada menos que cinco estatuetas, e é forte concorrente a faturar mais um para entrar na história.  O Poderoso Chefão e o "Homem sem medo", (que protagoniza o Tubarão), estão na fita para disputar a bilheteria. Dizem que o segundo filme, antes de ser lançado já ofuscava Branca de Neve e os sete anões desde o anúncio de seu lançamento. Dizem que em todos os bairros tem gente querendo ver o filme ser liberado.

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   Fala-se a boca pequena, que Branca de Neve quer os holofotes só para ela, que o veneno da maçã recebida, subiu-lhe a cabeça e se vê acima do diretor, querendo comandar o filme enquanto o ator principal continua tão apagado como a lanterna do navio do capitão gancho. Dizem que fica no ar condicionado do camarim esperando que os sete anões corram estúdios por estúdios, buscando outros personagens para serem cô-protagonistas deste filme, já fadado ao fracasso.  E é um não atrás do outro.  Até chapeuzinho vermelho aliou-se ao duende verde para um curta metragem que nem deve chegar as telas. Será apenas clipe de redes socias. Mas não abraça o projeto desejável de Branca de Neve!

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   No entanto, a nova versão live-action deve ao menos, satisfazer o ego sem interferir em alterações significativas à trama. O filme não terá um final com sete anões fazendo festa com baile e dançando com branca de neve, mas como no clássico de 1937, juntarão suas ferramentas no final da estreia e retornarão cantando... Prá casa, agora eu vou... para ra-tim bum... para ra-tim bum, eu vou...eu vou...

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Na comédia "Tempos Modernos" de Charles Spencer Chaplin, ele dá a receita para o sucesso nas telas com humildade. "Trabalhei neste filme por longos quatro anos para concluí-lo", contou. Outro segredo é em seus filmes de sucesso, não havia ninguém em segundo plano, para recitar diálogos que pesassem contra a produção. Por isso seus filmes eram mudos, para que a atríz coadjuvante, não falasse o que não deve em momento impróprio.

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   Chaplin não tinha contra-regra querendo ser maior que o astro, por mais bem relacionado que fosse. Poderia ser o governador da Califórnia ou até um empresário milionário do outro lado da fronteira.  Mas o legado de Chaplin, foi o reconhecimento aos companheiros ao longo dos anos, foi a valorização das amizades, e compartilhar seus projetos coletivamente. Nunca tentou emplacar um projeto pessoal, empurrando goela abaixo mesmo depois do cinema mudo. Tudo era discutido e conversado em reuniões não secretas antes de querer lançar um filme.

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O cinema, assim como ocorre na política, e por vezes é alvo de polêmica por mudanças que aparentam novidade, mas por trás do material original o roteiro é antiquado e ultrapassado, tal qual do filme "O cão e a Raposa", onde um cão de caça frustrado é dominado pela raposa esperta.  Quando aparece carne fresca no pedaço, as raposas saem da toca em busca de sua fatia.  E aí cabe a pergunta. É a vida que faz o cinema ou é o cinema que imita a vida?

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Você consegue imaginar uma vida sem sonhos? Por mais realizada que uma pessoa seja, a vontade de buscar novos desafios não é pecado. Objetivos e desejos é o que move um projeto pessoal. Mas quem vem para a vida pública seu projeto deve ser coletivo.  Isso deveria ser ainda mais aparente nos empreendedores, que têm em sua natureza a necessidade de construir, de criar, de dar sua contribuição à sociedade.

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A definição mais simples de projeto pessoal é um processo ou objetivo que gere satisfação e motivação a um profissional fora de seu trabalho — tendo ou não relação com ele. Pode ser a execução de uma nova ideia, um hobby ou uma viagem, etc. Mas para quem se predispõe a administrar uma cidade, não pode ter no grupo alguém que defenda um projeto pessoal.  E roupa nova, não se carrega em bagagem velha...pode manchar algum colarinho branco.

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A última bolacha do pacote, nem sempre está inteira, e por vezes já murcha.  Geralmente, seu objetivo principal é conseguir algum tipo de realização, não digo ela financeira ou espiritual, mas psicológica, que possa lhe proporcionar elevação do ego sem perder a pose. Por isso, é comum que esse tipo de projeto raramente emplacar, por mais valorizado que seja.  Já dizia Ney Sacramento: "Não se começa a construir uma casa pelo telhado... tudo exige uma estrutura... Uma preparação!"

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Uma campanha eleitoral, não pode servir de terapia, uma forma do candidato abrir a mente para novas possibilidades, dar um tiro no escuro e achar que está eleito. E, claro, projetos pessoais podem ser uma maneira de alcançar objetivos e desejos: uma compra, um novo negócio, reconhecimento em uma outra área etc, o que alimenta sua autoestima.  Mas colocar-se a disposição para servir, e não ser servido, é muito diferente.  O filme "Mil Palavras"  protagonizado por Eddie Murph,e "O ego é seu inimigo" de Richard Holiday, são dois clássicos que merecem ser vistos.

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   E para quem costuma rechaçar que qualquer hipótese de mudança na política é roteiro de "fake news", é porque ainda engatinha na matéria e tem muito que apreender à respeito.  Respeitar a opinião dos outros, é o primeiro passo! Que Branca de Neve desça de seu ego, evolua sua cota pessoal de inteligência, respeite a opinião alheia mesmo não comungando com a sua. Primeiro passo para uma boa convivência.

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Uma mulher elegante não está na fala mansa, no sorriso dos lábios, no perfume nem nos sapatos caros que exibe, como no filme "Uma linda Mulher", estrelada por Julia Roberts. Está na coerência no que fala e pensa.   Ser elegante, em última análise, é ter o poder de ser completamente verdadeira consigo mesma. A vestimenta é apenas um mero detalhe. O que pode ser bom para você, pode não ser para a maioria.  E voto, não é ticket de cinema que você compra e entra... se conquista com simpatia. Para isso precisa de bom roteiro, e um ator que calce primeiro as sandálias da humildade que refletem autenticidade e respeito a escolha dos demais.

FONTE/CRÉDITOS: Ely Damasceno/Folha Portal
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Ely Damasceno

Publicado por:

Ely Damasceno

Bacharel em Teologia Theological University of Massachussets USA 1984/1990. Jornalismo pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Repórter Gaz.Esportiva, Diários Associados, Estadão/SP, Jornais Dayle Post, em Boston-USA e Int.Press Hyogo-Japão

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