A Justiça determinou que a vereadora de Londrina, no norte do Paraná, Anne Ada de Moraes de Sousa (PL), se afaste da Associação Defensora dos Animais (ADA), onde estão abrigados aproximadamente 450 bichos. O local era administrado por ela, mas desde abril teve a tutela transferida à Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Anne, que está no primeiro mandato, é suspeita de maus-tratos, cometimento de crimes ambientais e desvio de recursos da associação.
A determinação de afastamento é da 20ª Promotoria de Justiça de Londrina e foi publicada na última sexta-feira (30) pela juíza Raphaella Benetti da Cunha Rios após um pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, a promotora Révia Luna explicou que o pedido foi feito após informações de que a vereadora estava dificultando o trabalho de intervenção da CMTU.
Conforme relatado no documento da decisão, Anne impediu o acesso das equipes à associação, fez ameaças e agrediu fisicamente uma das voluntárias. No boletim de ocorrência, ao qual o g1 teve acesso, foi registrado que a vereadora empurrou e chamou de "sanguessuga" uma das pessoas. A promotora também disse à RPC que Anne fez postagens em redes sociais, espalhando notícias falsas de que os animais estavam passando fome, e pedia para que as pessoas não fizessem mais doações.
VEREADORA ANNE É PROIBIDA DE FREQUENTAR LOCAL ONDE ESTÃO ANIMAIS RESGATADOS
A Justiça determinou que Anne só está autorizada a acessar a própria casa, que fica ao lado da associação. Além disso, ela está proibida de impedir a entrada do interventor e de membros da equipe da CMTU e voluntários que estejam trabalhando nos cuidados com os animais. Caso descumpra as determinações impostas pela Justiça, Anne poderá ser multada e responder pelo crime de desobediência. O valor da multa não foi estipulado no documento.
O que diz a vereadora
O advogado Fábio Turetta, que defende a vereadora, explicou ao g1 que entrou com recurso sobre a decisão da Justiça. "O desembargador Marcelo Wallbach, do Tribunal de Justiça do Paraná, nos mesmos autos, em sede de agravo de instrumento, já tinha anteriormente garantido a posse, o uso, gozo e fruição integral do imóvel pela senhora Anne. Então você não pode pretender que uma juíza de primeiro grau revogue a decisão do Tribunal de Justiça", disse. Sobre a denúncia de agressão, o advogado disse que trata-se de uma situação "lamentável" e que está "tomando providências no âmbito criminal".
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