O dentista Arilton Pires da Silva Junior, de 30 anos, preso suspeito de pedofilia foi flagrado por armazenar dois terabytes de imagens de exploração sexual infantil. Dentre os arquivos, também havia fotos e vídeos de cadáveres, execuções e apologia ao nazismo. Segundo o delegado Matheus Macedo de Santana de Jardim Alegre, pequeno município ao lado de Faxinal, norte do Estado onde ocorreu o fato, a capacidade de armazenamento pode guardar até 500 mil fotos ou cerca de 800 horas de vídeo, a depender do tamanho e qualidade dos arquivos.
Ele foi preso na terça-feira (27), após os materiais serem encontrados em celulares, notebooks e em HDS externos dele. As informações são da Polícia Civil (PC-PR). O delegado explicou que aparelhos eletrônicos pertencentes a Arilton foram apreendidos em outra operação, após uma denúncia. Com a quebra do sigilo, o material foi encontrado. “Chama a atenção o elevado grau de dissimulação das condutas praticadas pelo investigado, que utilizava números telefônicos registrados em nome de terceiros, programas específicos destinados a dificultar sua identificação, além de manter participação ativa em grupos de apologia ao nazismo e disseminação de conteúdo relacionado à pedofilia”, disse Santana.
O delegado informou que Arilton ficará preso temporariamente por 30 dias. A reportagem, o advogado Wilian Anjos, que atua na defesa de Arilton, disse que o processo ainda está em fase de investigação e ainda não teve acesso integral aos autos, que estão sob sigilo. “A equipe de defesa reforçou que Arilton tem colaborado com as autoridades desde o início das investigações. Após o cumprimento do mandado de busca e apreensão, ele permaneceu na cidade e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sempre que necessário. Por fim, a defesa aguarda os próximos desdobramentos do caso para se manifestar de forma mais detalhada, à medida que a investigação avance e as eventuais acusações sejam formalizadas”, informou a defesa do dentista.
Mulher denunciou Arilton após ter sido chantageada por ele
No começo de 2025, a polícia recebeu a denúncia de uma mulher, maior de idade, que afirmou que havia sido chantageada por Arilton. Ela contou que o dentista tinha fotos íntimas dela e, para que ele não as divulgasse, estava exigindo que a mulher enviasse mais imagens. O registro do boletim de ocorrência foi feito em Manoel Ribas, cidade que fica a 47 quilômetros de distância de Jardim Alegre.
A investigação mostrou que o homem usava uma ferramenta no celular para capturar fotos com “visualização única” de mulheres e praticar extorsão. As ameaças incluíam enviar as imagens às famílias. A apuração, com a quebra do sigilo, mostrou o material guardado. Os materiais com exploração sexual infantil estavam separados em uma espécie de coletânea, onde os arquivos eram separados por idades de crianças.
Também havia montagens de fotos dele com sinais específicos do nazismo. Por isso, foi iniciada a investigação sobre crimes de armazenamento e compartilhamento de imagens de exploração sexual infantojuvenil e apologia ao nazismo. A Justiça e o Ministério Público do Paraná autorizaram a prisão temporária do dentista. A polícia informou que a investigação tenta apurar se dentista participa de grupos na internet, bem como a extensão da disseminação dos materiais. Além disso, a polícia tenta identificar novas vítimas e possíveis coautores.
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