Por isso o momento é de reflexão, ajustes e muito trabalho. Por mais que a pressão e a cobrança cresça, a temporada ainda não acabou e pode ser de mais conquistas ainda.
A primeira missão é entender o quão desgastado fisicamente esse Palmeiras está. O ponto alto da temporada nas mãos de Abel foi de um time altamente intenso, agressivo e que resolvia jogos com ações rápidas. Coisa que atualmente se perdeu.
O Palmeiras do Mundial foi um time moroso, sem pegada e sem intensidade. E não digo só sem a bola, mas com ela também. Circulação da bola lenta, pouco movimento de quem não tinha a bola e, principalmente, repertório para agredir as defesas adversárias.
A missão da comissão técnica neste momento é estudar jogador por jogador e as suas necessidades, justamente para recuperar aquela eletricidade que trouxe a equipe para a disputa (e conquistas) de coisas grandes na temporada. Não sou especialista na área, mas é nítido que alguns atletas precisarão de algum descanso ou mesmo uma preparação mais individualizada.
O segundo passo é investir pesado na estrutura ofensiva da equipe. O Palmeiras é muito competitivo quando encaixa ataques rápidos, normalmente com campo e espaço para explorar, mas é hora de ir adiante, ter mais repertório com a bola, ter mais mecânicas e movimentos para gerar brechas nas defesas adversárias.
Querendo ou não, Abel Ferreira terá o Campeonato Brasileiro para isso. Entre uma rotação ou outra de elenco na competição, o treinador português terá um pouco mais de tempo para trabalhar isso no dia a dia, coisa que não teve até agora. Justamente por isso creio que a crítica não deveria ser tão incisiva como vem sendo, já que o comandante praticamente joga e recupera seus jogadores. Não tem treino, não tem trabalho e desenvolvimento do modelo de jogo. É tudo muito atípico.
Mas espantou a incapacidade do Palmeiras de gerar espaços nos seus últimos compromissos. Faltou movimento, coordenação. Organização não é só para defender como muitos pensam. Longe da ideia de engessar, cortar a autonomia do atleta, mas existem formas de quebrar estruturas adversárias, movimentos que desequilibrem e abrem brechas para a qualidade dos jogadores se sobressair.
Até o dia 28 o Palmeiras e todo seu staff tem muito trabalho pela frente. Não tenho dúvidas que estes pontos citados acima já são discutidos internamente. Por mais que a pressão é normal, o foco tem que ser em desempenho. Retomar o bom momento e competir forte de novo.