A noite de segunda-feira (17) em Londrina, no norte do Paraná, foi marcada por manifestações violentas em diversas regiões da cidade. Um ônibus foi queimado, além de ao menos quatro avenidas bloqueadas por incêndios provocados. As empresas de transporte público chegaram a suspender temporariamente o serviço até que a situação fosse normalizada.
A onda de protestos dura três dias e iniciou após a morte de dois jovens, de 16 e 20 anos, durante uma abordagem policial no sábado (15). Na madrugada de domingo (16), após as mortes, homens abordaram um ônibus e apedrejaram o veículo. Nas manifestações dessa segunda-feira, a população usou faixas e cartazes com frases como "A favela pede paz" e "Nunca foi confronto, é extermínio".
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação recebeu 17 chamados de incêndio das 17h42 às 21h45. Deste número, 12 foram atendidos, como nas avenidas Brasília (trecho urbano da BR-369), Saul Elkind e Guilherme de Almeida. O caminhão usado para combater o fogo foi apedrejado em uma das ocorrências e o para-brisa foi danificado. Os bombeiros solicitaram apoio da Polícia Militar (PM-PR) para atender aos chamados. Na Rua Ernesta Galvani dos Santos, um ônibus da linha 103 (Santa Fé) foi incendidado.
A Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) informou que ninguém ficou ferido. O veículo, entretanto, ficou destruído. TCGL informou quem ninguém ficou ferido durante o incêndio. Por volta das 21h40 de segunda, a TCGL e a Londrisul, que operam na cidade, divulgaram nota avisando que o serviço estava suspenso "devido ao risco de ataques aos seus motoristas e passageiros".
Todos os ônibus foram retirados de circulação. Às 6h desta terça-feira (18), o serviço foi reestabelecido gradativamente nos terminais da cidade e também interurbano. Quatro pessoas foram presas Em entrevista na manhã desta terça-feira, o tenente-coronel Ricardo Eguedis, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), disse que quatro pessoas foram presas durante as manifestações.
O comandante também informou que um motociclista ficou ferido por conta dos atos de manifestantes. Eguedis reforçou que a PM recebeu apoio de outras unidades operacionais e que não há registro de outras ocorrências após o início da madrugada. Na segunda-feira, o Capitão Emerson Castro, da PM, divulgou na que um inquérito policial irá investigar as mortes no confronto de sábado.
Noite registrou incêndio em ônibus e manifestações.
O Coronel Hudson Teixeira, secretário de Segurança Pública do Estado ,chegou a Londrina pela manhã e anunciou reforço na segurança com pelo menos 150 homens da força militar. Informou à reportagem que serão tomadas medidas para identificar pessoas que causaram danos durante os protestos. Para isso, serão utilizadas ferramentas como drones com reconhecimento facial. "Objetivo da nossa viagem pra lá, primeiro, é pacificar a região. Garantir que os serviços públicos sejam prestados à comunidade", explicou o secretário de Segurança Pública do Estado. Teixeira também disse que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) e a Corregedoria-Geral estão analisando o confronto que causou a morte dos dois jovens. "Um procedimento será instaurado pela Regional de Maringá, com o intuito de evitar qualquer parcialidade, ou situação nesse sentido. [...] estamos indo lá para reestabelecer a ordem", informou.
Chegada do secretário de Segurança Pública do Estado a Londrina, ao lado de Tiago Amaral (PSD), prefeito da cidade.
Com o secretário, foi realizada uma reunião com Tiago Amaral (PSD), Conrado Scheller (PSD) e José Maria (PSD), prefeitos de Londrina, Cambé e Ibiporã, respectivamente. Teixeira explicou que as duas cidades vizinhas também tiveram reflexos das manifestações. Estão previstas operações também em penitenciárias, na tarde desta terça.
A Guarda Municipal de Londrina foi orientada a reforçar a segurança em Centros Municipais de Educação Infantil e Escolas Municipais. Até o momento, não foi divulgado quantas ocorrências foram registradas pela PM, no total. O que se sabe é que o crime organizado que tem uma base que comanda o tráfico em todas as regiões da cidade, articulam atos terroristas aproveitando o evento que culminou na morte dos dois jovens em troca de tiros com a policia. Segundo o comando geral da PM, "este tipo de ação orquestrada por marginais não terá vez e os responsáveis serão identificados e presos".
Uma equipe de TV da RIC foi atacada por pedradas enquanto realizava a cobertura jornalística dos protestos no trevo de acesso a favela da Bratac na avenida Brasília (BR-369) no Jardim Leonor. O serviço de inteligência da policia quer descobrir quem é que financia os atos terroristas, e pagou pelas faixas (por sinal caras) que "membros da comunidade" ostentaram durante os protestos.
Comentários: