Diante do Allianz Parque lotado e numa noite quase perfeita do volante Danilo, o Palmeiras venceu o Corinthians por 2 a 1, na noite de hoje (17), pelo Campeonato Paulista. Desta forma, o invicto Alviverde chegou a 29 pontos e assegurou a melhor campanha da primeira fase do Estadual. O jogo foi uma exposição do técnico Abel Ferreira para aqueles que o acusam de não ter repertório tático e de ser retranqueiro. O Palmeiras jogou com linhas muito avançadas, sufocando o Corinthians durante quase todo o jogo. Veiga e Róger Guedes fizeram os primeiros gols de seus times de pênalti. Danilo definiu o placar a favor dos donos da casa, após cobrança de escanteio e rebote de Cássio.
Com a vitória, o clube alviverde conquistou a trinca de clássicos contra seus maiores rivais - já havia batido o São Paulo (1 a 0) e o Santos (1 a 0) nas duas rodadas anteriores do Paulistão. Nada mau para um clube que conquistou a Recopa Sul-Americana há 15 dias. Fazia mais de 20 anos que o Palmeiras não enfrentava seus três maiores rivais em sequência. Em 2001, porém, o Palmeiras perdeu o primeiro da trinca, justamente para o Corinthians. Mas a história não se repetiu desta vez.

Coube ao jovem camisa 28 a tarefa de anular Renato Augusto e, desse modo, praticamente desarticular a criação corintiana. E ele cumpriu a tarefa com sobras, ainda tendo tempo de chegar à frente para concluir, como no lance em que sofreu o pênalti que resultou no primeiro gol de seu time. De quebra, ainda foi oportunista para aproveitar rebote de Cássio em escanteio e fazer 2 a 1.
O lateral do Corinthians não conseguiu parar o atacante Dudu, responsável pela maioria das jogadas de ataque do Palmeiras nos dois tempos do Dérbi. Além da atuação ruim no aspecto defensivo, o jovem formado na base do Timão não apoiou o ataque e, quando tentou subir para dar opção aos meias e atacantes, errou os movimentos de ultrapassagem.
O Palmeiras começou em ritmo muito intenso e desperdiçou algumas boas chances antes de abrir o placar, de pênalti, aos 29' do primeiro tempo, com Raphael Veiga. O infalível camisa 23 bateu pênalti sofrido por Danilo, que só foi confirmado pelo VAR. O Corinthians empatou em esforço individual de Róger Guedes, que fez bom roubo de bola, sofreu e converteu penal, aos 15 minutos do 2º tempo. Pouco tempo depois, após escanteio cobrado por Scarpa, Rony desviou no primeiro pau e Danilo fez 2 a 1, aos 23 minutos.

Escalar para o clássico o árbitro Matheus Delgado Candançan, 23, parecia uma temeridade antes do jogo, que se confirmou com a bola rolando. Ele até não se intimidou com a pressão de jogadores experientes, como Gil e Dudu, mas errou nas marcações de faltas e apontou dois pênaltis discutíveis -- o do Palmeiras, o primeiro, foi confirmado com auxílio do VAR.
Abel Ferreira colocou seu time quase inteiro no campo adversário para sufocar a saída alvinegra. E teve sucesso. O Corinthians não conseguia sair para o jogo. Danilo, Rony e Dudu, entre outros, conseguiram roubar bolas e gerar lances de grande perigo. Aos 14, uma verdadeira blitz gerou três batidas ao gol do Corinthians, também com Rony, Zé Rafael e Danilo. Cássio defendeu as tentativas. Foram os primeiros de sete chutes na primeira etapa. Mesmo com o gol, o Palmeiras seguiu pressionando muito, e ainda começou a encaixar contra-ataques. Foi assim que Veiga viu Zé Rafael dentro da área. O volante deu um drible em João Victor, mas foi desarmado por Paulinho. Na sobra, Scarpa ainda conseguiu o cruzamento para Rony, que veio na corrida e, da linha da pequena área, desviou por cima, de primeira.
O Alviverde fez partida excelente, passando a maior parte do tempo no campo do Corinthians, sufocando a saída de jogo do clube alvinegro. Mesmo com vantagem no placar, o Palmeiras não recuou suas linhas e manteve-se em alta rotação. A proposta de um jogo ofensivo pautado na posse da bola e na ocupação do campo de defesa do adversário simplesmente não aconteceu. No primeiro tempo, o Corinthians ficou sufocado pelo rival em seu campo de defesa e encontrou dificuldades para realizar os passes e fazer a transição ofensiva. Na etapa final, o Timão voltou mais organizado, porém longe daquilo que se esperava. O gol saiu em arrancada de Róger Guedes, derrubado dentro da área, mas logo abafado pela virada do Alviverde. No mais, os visitantes apostaram nas jogadas individuais — quase todas sem sucesso.