O velho golpe do “Diploma” de melhor isso, ou melhor aquilo, supostamente apontado num resultado de “pesquisa de opinião” levantada junto aos consumidores de uma determinada cidade ano após ano, há muito as autoridades já deveriam “bater em cima”. A começar pela Delegacia de Estelionato e até o Procom.
Sem nenhum critério de avaliação, os pseudos pesquisadores já vão com a listinha pronta e, geralmente visitam sempre os mesmos comerciantes de compram o título de “otário do ano”. Otário mesmo, porque sabe que está pagando por um estelionato legalizado para encher seu ego e induzir o consumidor que é o melhor prestador de serviço ou profissional daquela área. Pagou, levou! É simples assim.
Infelizmente uma grande parte da sociedade não se deu conta ainda que sustenta uma quadrilha de estelionatários, que geralmente apoiado por um veículo de comunicação da cidade “um cúmplice para dar ar de legalidade”. Fazem o fazer o registro de mídia para que todos saibam quais estão na “graça” do consumidor. Só que não!
Embora muitos não concordem com o resultado, ninguém tem coragem de denunciar, mesmo sabendo que seu estabelecimento tem maior preferência do consumidor de que seu concorrente que “compra o título”. Este sequer foi lembrado! Quem paga sempre aparece um primeiro lugar. O que também, parece ridículo.
Por detrás desse golpe está a convicção de que ninguém será incomodado, pois quem paga, não vai questionar a relação de causa e efeito entre a pesquisa apresentada, e a real opinião do consumidor. Nessa relação, estelionatário e cúmplice, pagar para satisfazer o ego está acima da moral e a ética na relação com o consumidor. Estão tão convictos de que o negócio é sério, que ninguém se importa mais em questionar planilhas e resultados. É como cabeça de bacalhau. Todo mundo sabe que existe, mas ninguém vê.
No princípio, quando este tipo de golpe surgiu no início dos anos 80, até alguns comerciantes levavam a sério, porque o resultado adverso, o levava a sair da zona de conforto e melhorar sua prestação de serviço ou a relação de seu comércio com o consumidor. Mas com o passar do tempo, muitos foram descobrindo que tal ação não passava de um jogo de cartas marcadas. Se o comerciante não compra, o “pesquisador” vende o diploma de otário para o concorrente. E está lá, estampado na parede de seu negócio, “Otário do Ano”, cinco, dez, quinze destes ostentando o golpe para satisfazer o ego. Do ponto de vista da sociedade, isto é indiferente e por vezes passa desapercebido.
Mas vamos supor que a opinião do cidadão fosse levada em conta de outra maneira. Se ele tivesse realmente a oportunidade de dar sua opinião sem ser induzido, e de maneira que não pudesse ser manipulada. Como seria o resultado?
O conceito de impacto de pesquisa na sociedade, hoje está sendo questionado.
Há pessoas sérias enxergando a necessidade da revisão dos indicadores para medida dos resultados. É onde os pesquisadores saem de cena, e os números reais são apontados de forma voluntária e legal. Proteger a excelência da pesquisa, onde o que vale é a opinião pública, deveria ser atribuição da Delegacia de Estelionato. Porque o “modus operandi” do sistema, é sempre o mesmo.
O comerciante compra o título, paga lá seus oitocentão parcelado, depois vai para um jantar de pompa numa casa sofisticada (mas a bebida tem que pagar a parte), recebe o diploma de otário...os outros otários “igualmente eleitos” aplaudem, e todo mundo vai embora feliz com a barriga e o ego cheios. O que esperar de uma sociedade dessas? Não é de admirar que muitos financiam campanhas eleitorais de marginais, que tal qual o diploma de otário, também somam alguns dividendos segundo mútuos interesses. Mas não vamos desanimar. Já há no horizonte acenos de quem vem coisa séria por aí. E já não era sem tempo. Aguardem!
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