Com a aproximação do fim do ano, a expectativa pelo 13º salário cresce entre os brasileiros, trazendo a oportunidade de aliviar o orçamento ou realizar algum desejo pessoal. Mas, em um cenário de endividamento elevado e taxas de juros cada vez mais altas, esse valor extra pode ir muito além do consumo imediato e ser um importante aliado para começar o novo ano com as finanças em ordem.
Segundo dados recentes do Serasa, o Brasil registrou, em setembro, 72,64 milhões de pessoas endividadas — a quarta maior marca do ano. O comprometimento médio de 30% da renda mensal das famílias brasileiras com dívidas reflete as dificuldades do equilíbrio financeiro pessoal com o atual cenário econômico do país, especialmente entre as faixas de 41 a 60 anos, que representam 35,1% dos endividados, seguidos pelos brasileiros entre 26 e 40 anos (34,0%). Para evitar cair em armadilhas financeiras comuns e usar o 13º de maneira estratégica, confira algumas recomendações para fazer um uso inteligente desse recurso e garantir um início de ano mais seguro financeiramente.
Priorize o pagamento das dívidas
Para quem está endividado, a primeira prioridade é quitar ou reduzir os débitos mais onerosos, especialmente os que envolvem cartões de crédito e cheque especial, que representam uma parcela expressiva das dívidas e possuem taxas de juros exorbitantes. O cartão de crédito, por exemplo, é responsável por 87% das dívidas das famílias brasileiras, muitas vezes sendo a causa de inadimplência em cascata.Negociar diretamente com os credores pode ser vantajoso, já que, ao destinar o 13º para o pagamento de dívidas, é possível conseguir condições especiais, como descontos no pagamento à vista, facilitando a regularização. Em plataformas como o Serasa Limpa Nome, são oferecidos descontos de até 99% em algumas modalidades de dívida, o que pode ser um grande incentivo para iniciar o próximo ano sem o peso das pendências financeiras.
Construa ou fortaleça a reserva de emergência
Para quem conseguiu manter as contas em dia, o próximo passo é dedicar uma parte do 13º à criação ou ao fortalecimento de uma reserva de emergência. Essa reserva é fundamental para lidar com imprevistos, seja uma despesa de saúde, um reparo emergencial ou outras eventualidades. Especialistas recomendam que essa reserva cubra de três a seis meses dos custos mensais da família.Dada a atual instabilidade econômica e os preços elevados, esse recurso é um verdadeiro “colchão financeiro” e deve ser aplicado em ativos de fácil acesso e baixo risco, como o Tesouro Selic, que permite resgate rápido e seguro. Dessa forma, você reduz a necessidade de recorrer a crédito caro em caso de emergência, evitando se endividar ainda mais.
Invista no longo prazo
Se as dívidas já estão sob controle e a reserva de emergência está completa, investir no futuro com o 13º pode ser uma escolha inteligente. Aplicar de 10% a 15% desse valor extra em opções como CDBs e Tesouro Direto é uma maneira de construir patrimônio e proteger o dinheiro contra a inflação e as oscilações da economia.“Em tempos de juros altos, garantir uma pequena parcela do salário em investimentos é essencial para proteger o poder de compra e pensar em metas de longo prazo”, destaca a economista Ana Soares. Seja para complementar a aposentadoria ou alcançar objetivos como a compra de um imóvel, investir parte do 13º é uma decisão estratégica para quem quer fazer esse valor crescer de forma gradual e segura.
Planeje as despesas das festas de fim de ano
As festividades de final de ano são um período em que o consumo aumenta consideravelmente, e o 13º costuma ser visto como a oportunidade de gastar mais. Contudo, o planejamento é essencial para evitar excessos. Definir um orçamento específico para presentes e comemorações pode evitar dores de cabeça financeiras em janeiro.
Ao fazer uma lista de presentes e aproveitar promoções como a Black Friday, é possível economizar e evitar dívidas adicionais. Além disso, dividir os custos das ceias e confraternizações com amigos e familiares reduz o impacto das despesas sazonais. Com planejamento, você consegue aproveitar o período festivo sem comprometer o orçamento dos primeiros meses do novo ano.
Evite gastos impulsivos
Um dos erros mais comuns é enxergar o 13º como um “extra” destinado ao consumo imediato, sem considerar suas consequências. Em um cenário onde 78% das famílias brasileiras enfrentam algum tipo de endividamento, o consumo impulsivo pode ser um fator determinante para aumentar ainda mais o comprometimento do orçamento.
“Avalie cuidadosamente cada gasto e priorize o que realmente é necessário, lembrando que o 13º salário é uma chance de reavaliar seu planejamento financeiro e definir metas claras para o novo ano”, aconselha a consultora de finanças Luciana Pereira. Com um uso consciente, o 13º pode se tornar uma peça importante para o alívio das dívidas e até a criação de novas oportunidades financeiras, em vez de um problema para o futuro. Utilizar o 13º de maneira estratégica é essencial para começar o próximo ano com maior tranquilidade e estabilidade financeira. Em um contexto de altas taxas de inadimplência, dedicar parte desse recurso para quitar dívidas, criar uma reserva de emergência e investir são passos que ajudam a construir uma base financeira sólida para o futuro.
Com escolhas conscientes e planejamento, o 13º salário pode ser o primeiro passo para uma vida financeira mais equilibrada e preparada para desafios, evitando o acúmulo de dívidas e fortalecendo a capacidade de realizar objetivos de longo prazo.
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