A exoneração de duas educadoras do município de Ibiporã e uma terceira punida com afastamento e mácula na sua ficha corrida, acende discussões que podem ter duas vertentes. A dificuldade de relacionamento de alguns alunos com professores e os coleguinhas, e o empobrecimento da Educação no município. Na primeira vertente, o motivo de chegarmos a esta situação não é outro senão a má educação desta geração (que deve vir de berço), como desobediência, insubordinação e até desacato quando estes mesmos fora do ambiente escolar encontra nos país um protecionismo exagerado, não assumindo a “mea culpa” e responsabilizando educadores.
Não raro nos deparamos com casos de professores não só ameaçados mas também agredidos em sala de aula o que demonstra um cenário triste que sobrecarrega sobremaneira todo o sistema educacional. Não pensem que este tipo de problema é exclusividade de Ibiporã. A Educação como um todo está doente. Professores enfrentam sobrecarga de trabalho e pressão por metas, com relatos de adoecimento e comprometimento da saúde mental. Logo, esta bomba relógio uma hora explode e cá entre nós...é impossível tolerar certos alunos sem a vontade dar-lhe um corretivo modelo que deveria receber em casa. E quando isto acontece, o resultado está aí...por força da Lei. Embora nada justifique qualquer tipo de tortura psicológica ou outro tipo de violência.
Mas o artigo 5°-da Constituição Federal que reza,... “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante” e hoje é ferramenta para justificar exonerações. Olhando por outro prisma, tal punição num processo disciplinar não faz parte também de como é conduzido a Educação? Tivemos no município nos últimos anos, uma educação sem comando, figurativa, cujos resultados insatisfatório são apontados em estatísticas o que comprometeu um trabalho modelo conquistado pelo município ao longo de anos de trabalho. A qualidade no ensino em Ibiporã retrocedeu o que sugere um comando incompetente nos últimos anos.
Má influência no "sistema", resulta na intolerância e crimes
Um dos motivos pelos quais deixei de lecionar (artes e inglês) na rede estadual nos anos 90 foi justamente ficar enojado com a contaminação de influência de esquerda no Núcleo Regional de Educação, onde as “Marieles e os Marieles” da vida, são despejados pelas universidades, defendendo que professores tem que tolerar marginal em sala de aula por conta da visão unilateral sob o manto de “direitos humanos” que só vale para defender bandido. É a cartilha do comunismo que infesta as universidades hoje.
Quando um cidadão é assassinado num latrocínio por um marginal menor, ninguém dos direitos humanos procura a família da vítima para sondar como vão sobreviver sem seu provedor principal. Mas a preocupação em defender o marginal, está lá. “Tadinho...é uma vítima da sociedade”! E vai continuar roubando e matando porque há que o defenda!
No período que lecionei tive o prazer de conhecer no Núcleo de Educação, o professor e artista plástico ibiporanense, Célio Semprebom que era o responsável pelo setor de educação à distância e tecnologia educacional do Núcleo. Naquele época ele já demonstrava preocupação com a segurança nas escolas, em relação a casos de violência, invasões e furtos. No colégio onde lecionei (Sagrada Família) no Jardim do Sol, em Londrina, invadiram as dependências e furtaram nada menos que 8 aparelhos de televisão utilizados em vídeo-aulas. Posteriormente descobriu-se que foram furtados por marginais travestidos de alunos, moradores ali perto, na favela da Bratac. A sugestão ao Estado que as TVs tivessem sua “caixa” pintadas de cor laranja (professores mais velhos lembram) com a finalidade de dificultar receptação em caso de roubo, foi do professor. Uma sacada genial que desmotivou os furtos em 136 escolas de 19 municípios cobertos pelo Núcleo.
Educação na UTI: o Estado e sua contribuição.
A situação atual da Educação é agravada também pela “plataformização”, com a imposição de uso de ferramentas digitais para gestão pedagógica, o que limita a liberdade do professor e causa sobrecarga. Os professores acumulam função e recebem baixos salários. Esta é a realidade que desmotiva e desvaloriza, impactando negativamente inclusive na busca dos jovens pela profissão. Hoje qualquer baba ovo de prefeito ganha duas vezes o salário de professor só para puxar o saco e bater palma nas inaugurações da administração.
A maioria dos professores estão apenas preenchendo plataformas quando poderiam estar dando aula embora seja um tabú para alguns, mexer nesta ferida.
São cerca de 20 plataformas usadas nas escolas, muitas de uso obrigatório, com a adesão monitorada de perto pelo governo. A pressão por metas e a competição entre as instituições são incentivadas por políticas como o “Desafio Paraná”. Existe uma pressão muito forte para que se trabalhe por metas, mas o resultado que deveria ser alcançado, não está acontecendo na prática.
Tenho amigos Educadores e conheço alunos que relatam sobrecarga de tarefas, comprometimento da saúde mental, falta de estrutura, dificuldades técnicas e incompreensão dos objetivos da transição digital. Segundo pesquisa do Instituto IPO e da APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual, 83% dos educadores afirmam que as plataformas não melhoraram o aprendizado. Além disso, 72,3% dizem que as escolas não têm equipamentos suficientes para atender às metas estabelecidas pela Secretaria da Educação. E daí?
A Educação “maquiada” e a indiferença do Governo
Calma lá gente! Sei que estou me alongando mas o assunto é sério. A “tecnologia” da Educação no Paraná é maquiada uma vez que em muitas escolas faltam computadores e também situações em que os alunos não possuem celular ou computador. Mesmo diante desta realidade o uso das plataformas é exigido.
A pesquisa também revela que 43% dos professores se sentem assediados pela pressão para utilizar as plataformas e 95% relatam cobrança por metas e resultados. “Existe uma legislação onde os diretores têm várias metas e métricas para serem cumpridas. Se ele não cumpre, pode ser afastado do cargo ao qual foi eleito”, já alertou Marlei Fernandes, secretária de assuntos jurídicos da APP-Sindicato.
Além do afastamento de diretores, o não cumprimento das metas pode levar à perda de aulas. No final do ano passado professores receberam uma mensagem da gestão escolar alertando que aqueles que não atingirem os índices desejados "verde e amarelo” não poderiam lecionar disciplinas relacionadas às plataformas em 2025.
O que Ratinho Junior está fazendo em nossa humilde opinião, e comprar de diversos aplicativos pelo governo para padronizar o currículo e monitorar o trabalho docente, priorizando o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em detrimento da aprendizagem. Hoje o aluno entra analfabeto na escola e sai burro. Não prendeu sequer a votar e acha que descobriu a américa!
“As plataformas estão gerando um negacionismo pedagógico, uma sobrecarga de trabalho e o adoecimento dos professores, além de intensificarem a ansiedade nos estudantes. Essa plataformização não é educação, é um grande negócio”, declarou Vanda Santa, secretária educacional da APP-Sindicato, no 14º Fórum da Internet no Brasil.
Sem liberdade para educar, professores também relatam que a exigência de uso das plataformas limita as opções de apresentação dos conteúdos didáticos e transforma o professor em mediador da relação entre plataformas e alunos impedindo a criatividade do educador engessando as aulas. A criatividade e o professor reflexivo em sala de aula não existem mais, e o profissional da educação já não pode refletir sobre qual o melhor método usar.
Se isto não é modelo de regime comunista, então estou no país errado, ou fora do meu tempo. Bons tempos em que o professor tinha autonomia para planejar sua aula. Concordo que na Educação tudo é experimento, mas ultimamente tem sido tentativa e erro. Mas os educadores não são os únicos indignados com a avalanche de plataformas digitais. Os estudantes também sofrem com a pressão das plataformas. Relatos de ansiedade e sobrecarga emocional são frequentes e estampam as redes sociais como ilustra a imagem abaixo neste fim de texto.
Comentários: