Depois que uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná cumpriu quatro mandados de prisão preventiva contra um vereador (Nilson Hachmann (PSC) e servidores da Prefeitura de Marechal Cândido Rondon), no oeste do Paraná, as contratações de empresas terceirizadas pelos prefeitos passaram a ser alvo de investigação.
As investigações apuram crimes praticados contra a administração pública. De acordo com o MP, o vereador Nilson Hachmann era dono de empresas que prestavam serviços terceirizados, registradas em nome de laranjas, que participavam de licitações do município, burlando a proibição de contratação com o setor público. As empresas atuam em áreas diversas, como obras públicas de pavimentação rural, prestação de serviços e até transporte escolar. Foram cumpridos também, vinte mandados de busca e apreensão e a suspensão do exercício do cargo contra uma servidora do município.
Segundo as autoridades, este tipo de "esquema" só acontece porque há conivência de demais pares, em especial o Poder legislativo que tem como uma de suas prerrogativas, fiscalizar o poder Executivo, o que geralmente não acontece quando o prefeito têm a maioria atrelada no cabresto o que facilita os crimes. Isto quando a empresa não é utilizada como moeda de troca entre prefeito e vereadores, que ganham o direito de indicar quem deve ser contratado pela terceirizada, auferindo vantagem política.
"Fazemos a nossa parte, pedimos documentos e analisamos cada denuncia que chega em nosso gabinete", diz vereador.
Este tipo de "parceria" entre prefeito e vereadores é comum no setor público embora seja imoral. Alguns até conseguem uma "boquinha" para empregar parentes ou indicar alguém mais próximo quando não acomodar "cabos eleitorais" em algum tipo de serviço, como pintura, por exemplo. Em Ibiporã, há suspeita de que há vereador quem indica as contratações na Costa Oeste, o que está sendo "fiscalizado" com o cruzamento de informações, e análise das contratações.
Esta não é a primeira vez que isso acontece. Em julho de 2022, foi apurado que um vereador teria empregado a esposa na empresa e a suspeita é que pudesse ser funcionária fantasma. Não era fantasma, mas comprovou-se que estava na lista de funcionários contratados. Na época o vereador negou que houvesse favorecimento e que a contratação de deu "por méritos próprios" da candidata. Para que fatos sejam elucidados, o vereador Gilson Mensato cumprindo sua prerrogativa de fiscalizar as ações do Executivo, está mais uma vez solicitando documentação acerca do contrato entre a prefeitura e a Costa Oeste Serviços Ltda, que acaba de recebeu em abril, um termo aditivo de contrato por mais um ano no valor de R$ 2.745.905,15 (Dois milhões, setecentos e quarenta e cinco mil, novecentos e cinco reais e quinze centavos) para fazer frente ao período contratado.
Mensato requer relatório completo do quadro de funcionários(as) que prestam serviços em Ibiporã. Quer a relação de nomes completos, o setor em que trabalham e quais são os cargos e funções de cada um bem como a data em que foram contratados. A Empresa que está em nome de Dirceu Bueno da Rocha, detém a prorrogação do Contrato nº. 186/2022 até 21 de abril de 2024.
A empresa opera na prestação de serviços terceirizados de Recursos Humanos, limpeza urbana e predial, serviços de alimentação e merenda escolar, manutenção predial, sendo os principais serviços: coleta de lixo, varrição, roçada, jardinagem, limpeza predial, zeladoria, servente, copa, portaria, recepção, vigias, telefonista, motorista, digitador, secretaria, pedreiro, carpinteiro, em vários municípios do Paraná.
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