O processo de produção, tratamento e distribuição de água da Autarquia Municipal de Água e Esgoto, o Samae depende do fornecimento de energia elétrica. Isto é óbvio! É ela que move todo maquinário e equipamentos de grande porte em todas unidades operacionais instalada no município. Eventos naturais, como chuvas e ventos, e intercorrências causadas por terceiros, como furtos de cabos e vandalismo em estruturas no sistema são, em tese, os maiores causadores de falta de energia.
Mas cabe aqui um questionamento. Uma empresa considerada modelo de saneamento como já foi um dia o Samae, já não era sem tempo de possuir um gerador móvel, movido à diesel para atender as necessidades da autarquia sem ter que descaradamente, justificar as constantes interrupções no fornecimento de água a vários bairros como costuma fazer em seus comunicados oficiais? Será cabível que empresa justifique sua incompetência administrativa sugerindo que a Copel seja responsável pelas falhas autarquia?
Não precisa ter bola de cristal para entender que quando falta energia, também pode faltar água. E a normalização total do abastecimento de água é mais demorada do que o retorno da luz, pois a velocidade da luz não se aplica à da água. No período de um segundo, enquanto a luz percorre 300 mil quilômetros, dentro da tubulação a água avança um metro. Logo, se faz mais do que necessário um gerador capaz de evitar que estas falhas aconteçam no caso de faltar energia.
Que o sistema operacional do Samae é complexo, a gente sabe principalmente para retomar o abastecimento. As tubulações ficam vazias e, na retomada, o bombeamento da água e a pressurização da rede devem seguir determinados critérios técnicos. Por exemplo, se o bombeamento for reiniciado rapidamente, com alta pressão, as tubulações rompem, o que causa mais prejuízos e demora na normalização. Por isso, em geral, são necessárias várias horas até que a água chegue às torneiras de novo após o reinício da produção e da distribuição. Muito bem, agora diante desse quadro, será que nenhum engenheiro se propôs a estudar uma solução para este tipo de infortúnio que assola a população que já paga caro pelo serviço prestado?
Quando falamos na necessidade de um gerador de energia, alguém pode até questionar sua aplicação no Samae alegando ser um equipamento eletromecânico que necessita de projeto complementar. Será que prever na rotina diária de manutenção uma solução preventiva para garantir o abastecimento é injustificável? Seria uma solução inviável economicamente em função do número de unidades consumidoras da autarquia investir cerca de R$ 150 mil reais num equipamento robusto?
A própria Sanepar contrata geradores que mantêm o sistema operando durante o período sem energia, como em sistemas de porte compatível com os equipamentos geradores disponíveis para locação. A medida também poderia em último caso ser adotada pelo Samae. A Sanepar possui sistema de geração auxiliar para suprir falta de energia da Copel e funciona a contento. Considerando custos de aquisição, passou da hora do Samae repensar sua atividade em relação ao consumidor que mantém a autarquia engordando cofre. Autarquia auto-sustentável, deve investir na melhoria dos serviços e em tecnologias em favor de uma prestação de serviços satisfatório.
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