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Segunda-feira, 21 de Abril de 2025
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Restrições de caminhões acima do limite de carga no centro, reacende discussões nas redes sociais em Ibiporã

Sem observar a devida sinalização (que por sinal é deficiente) carretas tem causado transtornos ao se depararem com as rotatórias

Ely Damasceno
Por Ely Damasceno
Restrições de caminhões acima do limite de carga no centro, reacende discussões nas redes sociais em Ibiporã
Redes Sociais/Existem carreteiros e charreteiros. Carreta bi-trem já contornou esta rotatória sem problemas
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     A restrição de circulação de veículos pesados não é adotada somente pelas grandes cidades na gestão de tráfego. Em Ibiporã já há algum tempo o trânsito de caminhões com capacidade de transporte acima de 6 toneladas nas áreas centrais não é permitido e já possuem rotas alternativas há alguns anos. Mesmo assim, este particular não vem sendo observado no dia a dia e a fiscalização é falha.

     As reclamações são muitas e vão desde quem precisa trabalhar a logística junto com comerciantes até os transportadores queixosos, que reclamam das rotatórias que "entravam o trânsito". Órgãos competentes e especialistas no setor defendem a medida e vão além: querem ampliar as restrições como forma de estimular o transporte coletivo e preservar o meio ambiente. No entanto, todos esses argumentos acabam esbarrando no bom e velho gargalo da mobilidade urbana: o mau uso do transporte individual.

   A não obediência a sinalização de trânsito em Ibiporã é corriqueira, especialmente por quem vem de fora e passa despercebido pelas placas indicativas que proíbem o tráfego de veículos pesados a não ser pela rota alternativa.  Por outro lado a sinalização é deficiente e na maioria das vezes passa despercebida pelos motoristas. O resultado é ficar entravando o trânsito na primeira rotatória que encontra pela frente.  Estima-se que o Departamento de Trânsito da prefeitura não tenha estatísticas de quantos caminhões circulam por dia na cidade e quantos de fato, conseguem trafegar pelas vias específicas "sinalizadas". Não deve haver números desse deslocamento de veículos pesados que deixam de adentrar ao centro das cidade em relação aos que entram efetivamente, não raramente arrebentando fios de telefonia e internet.  

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     Mais uma carreta flagrada entravando a rotatória da Avenida Paraná é tema de discussão e opiniões diversas nas redes sociais o que demanda ao Departamento de Trânsito reaver a questão da sinalização que precisa ser "mais acintosa" do que uma simples plaquinha plantada num canteiro central.   Uma cidade pujante como Ibiporã, especialmente no crescimento do serviço logístico com a chegada de grandes empresas do setor, uma rota demarcada de forma diferenciada como acontece nas cidades da Europa, e Estados Unidos salvo engano já adotadas em Curitiba, já são necessárias.  Por lá, as rotas alternativas de caminhões fora dos parâmetros no trânsito urbano, são demarcadas com uma faixa verde,  (como existem nos corredores de hospitais) para orientação dos usuários. Desta forma, os motoristas evitariam causar transtornos no trânsito.

   Pode até parecer que a demanda não tem provocado congestionamentos. O problema é que muitas destas ruas podem não ter condições de receber o tráfego de veículos pesados, seja por questões de conservação do piso ou segurança para os pedestres mas o caso precisa serrfepensado.  “Restrição de circulação de caminhões é um caminho sem volta”, apontam especialistas que defendem esta medida. "Não é questão de cidade mal planejada", como assinala alguém na rede social na mesma medida em que é bem aceita com opinião contraria. "É só pesquisar artigos de transporte de cargas e logísticas, para evitar o tráfego desses veículos em grandes e pequenos centros", defende outro internauta.

    Para a doutora em Engenharia de Transporte Adriane Monteiro Fontana, essa restrição realmente faz com que os caminhões e outros veículos de carga migrem seus trajetos para fora da área central. "O problema é que ruas e avenidas do centro não foram projetadas para a circulação desses veículos mais pesados e podem sofrer desgaste com maior facilidade”, analisa. E defende: "É preciso escoar esse fluxo. As transportadoras precisam se conscientizar das vantagens da entrega programada e, em algumas cidades de grande porte até noturna, pois este é um caminho sem volta. O grande problema é que nossas cidades cresceram sem diretriz, não houve planejamento urbano, temos expansão desordenada e buscamos soluções e medidas paliativas. Para resolvermos o problema estrutural, precisamos de medidas drásticas culturais e educacionais. Não é problema das rotatórias”, diz.

Empresas de logísticas reclamam
   O sócio proprietário de uma empresa de logística de Ibiporã ouvido pela nossa reportagem alerta que este tipo de restrição aumenta os custos desses trabalhadores em, aproximadamente, 18%. Isso, contando com o fato de que a operação mantém os mesmos valores de frete e que o tempo da entrega dessa operação sofreu um grande aumento.

   A restrição pode se mostrar necessária num primeiro momento, mas se formos a fundo no problema verificaremos que há um aumento de veículos parados diariamente no centro da cidade que não há Zona Azul que dê jeito", diz referindo-se ao fato de que a área central ofereceria mais opções de estacionamento para carga e descarga de mercadorias. "Isso, sem levar em consideração que mais da metade desses veículos estacionados transportam apenas um único passageiro, quando não fica o dia todo parado na vaga“, observa.  "O camarada mora no bairro, vem de carro até o centro, vai para o trabalho de ônibus e assim a vida segue. Os locais ainda não regulamentados para estacionamento, vivem lotados. O quadrilátero no entorno da prefeitura é um exemplo", aponta. Enquanto isso as discussões continuam entre quem defende o carreteiro preso na rotatória, e quem o critica por não observar a sinalização.  Há quem diga que a culpa é de todos, "menos das rotatórias mal planejadas"...

    Na capital paranaense, a alternativa oferecida aos caminhoneiros foi a utilização dos contornos da cidade sinalizada com a chamada "linha verde" Estima-se que Curitiba tenha uma frota de 1 milhão e 200 mil veículos; desses, cerca de 40% (360 mil veículos) circulem no centro fazendo logística junto o comércio com veículos específicos como vans e utilitários com autorização.  E funciona bem.  Bem longe da nossa realidade, não à toa Curitiba é chamada de "capital de primeiro mundo" embora tenha esgoto a céu aberto pelos bairros e inúmeras ruas sem rede de esgoto e asfalto, a criação da Zona de Tráfego de Cargas (ZTC) permitir ao município o controle e a fiscalização do transporte de cargas e compatibilização do fluxo de pedestres, transporte coletivo, cargas, serviços, informações e transporte individual. A medida melhorou a qualidade de vida em função da fluidez e segurança do trânsito. Mas Curitiba, é Curitiba, neh?

FONTE/CRÉDITOS: Folha Portal/Ely Damasceno
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Ely Damasceno

Publicado por:

Ely Damasceno

Bacharel em Teologia Theological University of Massachussets USA 1984/1990. Jornalismo pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Repórter Gaz.Esportiva, Diários Associados, Estadão/SP, Jornais Dayle Post, em Boston-USA e Int.Press Hyogo-Japão

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