O vazamento da informação sobre o afastamento do Secretário de Educação de Ibiporã, Antonio Prata Neto por conta dos números do IDEB, nas proximidades da campanha eleitoral criou um clima de indignação para algumas diretoras e professoras que saíram em defesa do profissional. A informação chegou até este portal de notícias através de uma "fonte", profissional da área e confirmada por outra fonte ligada ao gabinete do prefeito que não só confirmou o fato, inclusive revelando que Eliana Eik Ferreira, estaria assumindo interinamente a Secretaria uma vez que, a alegação foi de que o secretário estivesse sofrendo de uma crise de 'depressão" e teria se licenciado.
Como se sabe, servidores na administração sempre foram politicamente divididos. Em parte, dado ao fato dos mesmos concursados e capacitados serem substituídos por nomeados despreparados para o cargo. Isto não é exclusividade somente na saúde ou educação o que teria levado algumas diretoras a pedirem ao prefeito que revisse a situação, levando em conta que o momento não é oportuno. Outro grupo utilizou mensagens nas redes sociais para desmentir o fato, dado impacto negativo da notícia, alegando tratar-se de fake news. Uma das professoras nos procurou para contestar a informação, alegando que o cargo ocupado pelo secretário, não cabe licença remunerada, e que uma reunião "on line" na segunda-feira teria resolvido a "crise interna" na secretaria. Uma justificativa que buscou "abafar o caso" reafirma que a reunião não tratou desse assunto e que Prata Neto, nunca deixou o cargo.
Também fomo informados que a queda dos números no IDEB, em grande parte se deu não por "incompetência" do secretário na condução da pasta, mas pelo volume de tarefas extra sala de aula, pesando no desempenho dos alunos. Isto influi no resultado das avaliações externas. "O IDEB é uma medida problemática, pois mistura fluxo com desempenho, é uma prova pontual onde uma sala de aula pode ser incluída no teste com apenas 50% da presença dos estudantes no dia da prova, não divulga índices de confiabilidade e nem relatório decente tem", relata a professora. E vai mais adiante: _ "Por vezes deixamos de colocar a atenção nos fatores intra-escolares, cerca de 20% que têm impacto na aprendizagem, apesar do peso que os fatores extra-escolares jogam, chega até 60% sobrecarregando os alunos", explica relatando que isto é um assunto interno que ninguém pode comentar.
"O que acontece é que as escolas são forçadas a colocar todo seu esforço na produção da nota do exame, como se nota alta no IDEB fosse sinônimo de boa educação. No entanto, o sistema pode estar entrando em exaustão, colocando as escolas e seus profissionais sob suspeita permanente, incentivando fraudes, treinando para responder a testes, inclusive porque o dado da nota em um exame está longe de conseguir explicar a realidade das escolas. A própria pressão sobre as escolas feita pelas políticas de educação tem seu limite apontado nos resultados de avaliação. E isso não é culpa do secretário, mas do sistema", finalizou a fonte.
Após a reunião de segunda feira, o secretário voltou a fazer as reuniões pedagógicas nas escolas como se nada tivesse ocorrido. Recebemos a informação de que pelo menos em duas escolas os trabalhos prosseguiram dentro da normalidade. Isto significa que a paz voltou a reinar na educação, pelo menos até dezembro. Se há que existe algo de positivo em todo este imbróglio, é nos conformarmos que no caso do Ensino Fundamental I, a situação é mais confortável em relação ao Fundamental II, cuja responsabilidade é do Estado. De certa forma, independente de responsabilidades, fica claro que está havendo uma desaceleração. Embora o que mais chame a atenção seja o ensino médio em relação ao fundamental. Neste modelo, o sistema inteiro está sujeito a um ritmo menor o que não é exclusividade só do ensino público, mas particular também, apontam os números do IDEB.
NOTA DA REDAÇÃO: O relacionamento do secretário Prata Neto na condução da pasta, é discutível. Em março do ano passado, professores o denunciaram por autoritarismo, na questão da reposição salarial da categoria. Relembre o fato no link abaixo.
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