A contratação de empresa terceirizada para executar a tal revitalização do centro de Ibiporã, já deixou de ser piada e exige medidas mais sérias. Não obstante apresentar problemas desde o início, as lambanças continuam. Profissionais de engenharia costumam dizer que algumas empresas que oferecem serviços terceirizados simplesmente não estão preparadas para atuar no mercado. E é uma verdade que pode ser constatada em Ibiporã em qualquer que seja o trecho onde a tal obra de revitalização está sendo executada.
Sem fiscalização na obra e quiçá no contrato ela continua atuando como se nada de irregular pudesse ser percebido. E continuam atuando. Essas empresas geralmente são as que não oferecem treinamento e capacitação adequada aos colaboradores sem falar na péssima qualidade de material utilizado, como na execução dos chamados "meio fios" ou sarjeta como dizem alguns. Em Ibiporã parece que ao invés de cimento, utilizam farinha de mandioca. É enconstar e está desmanchando. Já há quem diga que é feito de leite em pó. Desmancha sem bater!
O resultado disso é um serviço de baixa qualidade, que deixa a desejar, isso quando não causa danos aos ambientes da contratante. O que a prefeitura não deve ter feito até agora, é pedir ao representante da terceirizada as qualificações dos profissionais. Quando se contrata uma empresa terceirizada, os colaboradores respondem à liderança dela, e não à sua. Logo a prefeitura fica vendida, até porque é ineficaz na fiscalização. Obviamente, a prefeitura quem dá as ordens operacionais, mas qualquer assunto administrativo ou falha na execução da obra deve ser responsabilidade da contratante.
Até porque a gestora do dinheiro público é a administração municipal. Em alguns casos, a empresa se faz indisponível, dificulta a comunicação ou simplesmente deixa os gestores esperando infinitamente por uma resposta. E esse comportamento evasivo é indício de falta de competência do administrador municipal em cobrar e quiçá da má índole da empresa. O fato é que essa obra é uma novela que já está no seu terceiro capítulo em quase um ano de iniciada. E não se vê melhora na qualidade do serviço. Puro amadorismo!
A empresa não oferece as devidas condições de trabalho e sequer oferece um local adequado para as refeições dos trabalhadores que fazem o almoço sentados no chão, em pleno meio da rua. A má qualidade do serviço também pode estar aliada a outros fatores como salário abaixo da categoria, falta de benefícios e até atraso no pagamento, ou ainda por um excesso de autoritarismo, falta de equipamentos adequados e de uniformes. É uma lambança nova a cada semana.
Observando o meio fio que foi executado na avenida Santos Dumont, bem em frente o Posto Ortec, onde havia uma praça que o prefeito destruiu para fazer mais uma rotatória, no local da para de ônibus, o meio fio já está se deteriorando. Os motoristas até evitam chegar com os ônibus mais próximos a guia, porque a base não suporta o peso e já está se desmanchando.
Um dos motoristas ouvidos pela nossa reportagem explica que tem que parar cerca de quarenta a cinquenta centímetros da guia, porque a base entre o meio fio e o asfalto não aguenta o peso do rodado. Isto além de dificultar para muitos cidadãos embarcar e desembarcar do coletivo também tumultua o trânsito porque dependendo do tamanho do veículo na faixa ao lado, precisa aguardar o coletivo sair do ponto porque não há espaço para os dois. Quando há um cadeirante a espera do coletivo o problema torna-se ainda maior, seja pelo espaço, seja pelo tempo parado no ponto.
E fica uma pergunta. Quando é que a prefeitura vai dar um jeito de fiscalizar esta obra como ter que ser feito? Quem está fiscalizando a execução das normas técnicas exigíveis e a qualidade do material empregado numa obra de engenharia? Quem é o engenheiro responsável pela obra? E tem um problema muito mais sério a ser exposto, mas para não alongar demais, será assunto para amanhã.
Comentários: