As principais vítimas fatais no trânsito brasileiro são os motociclistas. De acordo com o Data SUS, do Governo Federal, 264.985 motociclistas morreram entre os anos de 2012 e 2024 no país. São 33 motociclistas que morrem todos os dias, deixando famílias, amigos e todas as possibilidades e bons momentos que uma vida pode oferecer. Sem falar nos que ficam mutilados, nos que passam apenas a vegetar sobree uma cama, dando trabalho para a família até morrer sem nenhuma perspectiva de recuperação. Das mortes registradas em acidentes de moto, 73% delas está associada a motoboys, e menores de idade.
Um levantamento realizado pela Gerência de Estatísticas do Departamento de Trânsito (Detran) em todo país revela que entre os principais fatores associados aos sinistros fatais envolvendo motocicletas estão o abuso de velocidade, o exibicionismo e o desrespeito ao trânsito. O uso de álcool ou substâncias psicoativas como a maconha, a cocaína e o crack, corre solta entre os chamados "motoqueiros" o que os fazem diferente de motociclistas, que pilotam com responsabilidade e segurança no trânsito. Não à toa estes são chamados de "mortoboy", porque tem vida curta no trânsito.
Ibiporã como em outros municípios do país, tem seus infratores a rodo. Basta dar uma volta pelas avenidas centrais para nos depararmos com toda a espécie de infração. E os personagens dessas barbaridades carregam o chamado bagageiro, o que em tese, justificaria a pressa para quem está correndo contra o tempo para faturar uns trocos. A maioria é irresponsável, andam feito loucos em zig-zag, trafegam em corredores, evitam quebra-molas passando pelo vão entre o meio fio e a pista de rolamento, quando não arrancam empinando a moto colocando em risco a vida e o patrimônio de terceiros.
Até porque um energúmeno desses, não está nem aí para a própria vida. Os motoboys também consomem mais de 30% dos recursos de seguros junto ao INSS. Não à toa o presidente Lula sancionou a Lei Complementar 211/24, que impede a retomada do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT, o antigo DPVAT), pelo principal fator de risco nos sinistros envolvendo motocicletas. Dos casos analisados, em cerca de 27,5% algum dos envolvidos havia consumido bebida alcoólica ou utilizado drogas. Sem falar nos motoboys "aviãozinho" também conhecidos como o vapt-vupt do tráfico ou disk-droga.
Outros fatores em menor índice que contribuem para sinistros com motocicletas são: a perda de controle do veículo, o excesso de velocidade, utilizar o celular enquanto pilota, desrespeitar as sinalizações, não utilizar setas e não manter uma distância segura do veículo à frente. Além disso, existe o fator veicular e o fator vias, que também podem contribuir para aumentar o risco de sinistros. Exemplos disso são: não realizar a manutenção periódica nos veículos, e até vias com mau estado de conservação e/ou sem sinalização. Mas este não é problema em Ibiporã que possui ruas bem pavimentadas e sinalizadas. Mais um acidente envolvendo moto na noite de ontem deixou duas pessoas feridas no centro de Ibiporã. A colisão com veículo aconteceu na esquina da avenida Santos Dumont com a rua Osvaldo Cruz precisando ser acionado o Siate para atender o motoboy (20 anos) e o garupa (18).
O que falta aqui é uma fiscalização mais rigorosa e punição exemplares aos maus e "abusados pilotos". Veículos com escapamentos abertos, numa fiscalização eficaz, em um dia dá para apreender pelo menos 30 motos. É só querer. O problema é que o pátio não comporta tanta moto. Em uma semana seria pelo menos 2.100 motos, ou seja quase um terço da frota que roda na cidade. Sem falar dos bambús e as motos com documentação vencida.
Outros dados sobre motociclistas no trânsito:
Do total de óbitos em 2024, 28% eram motoboys, e em 2025, já foram registrados na cidade 25 acidentes envolvendo motos e deixando 3 mortos de 17 feridos sem gravidade. A vulnerabilidade também é um ponto de atenção e pode ser comprovada pelo perfil de internações. Segundo uma análise de 2024 feita pelo CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), com dados de 2014 a 2024, apenas 10% dos motociclistas internados por conta de sinistros de trânsito recebem alta hospitalar sem prejuízos ou incapacidade. Ou seja, as chances de sair ileso são bem pequenas.
De acordo com dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em 2023, 28.245 motociclistas ficaram feridos, sendo que 8.253 em estado grave. É uma média de 77 feridos e 8 mortes por dia nas rodovias federais. É necessário redobrar os cuidados ao utilizar a motocicleta para evitar sinistros.
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