O Delegado de Ibiporã, Vitor Dutra de Oliveira recebeu a imprensa na tarde de ontem para uma entrevista coletiva sobre como andam as investigações no caso de duplo homicídio ocorrido em Jataizinho, no norte do Paraná onde foram mortas Marley Gomes de Almeida, de 53 anos, e da neta dela, Ana Carolina Almeida Anacleto, de 11. As duas foram encontradas mortas dentro de casa, no último sábado (22).
Os corpos da avó e da neta estavam com sinais de violência, lenços amarrados no pescoço e cobertas por um edredom, ao lado de uma mensagem escrita com sangue na parede. O delegado informou que ainda não há uma linha de investigação consolidada. Até o momento, nove pessoas já foram ouvidas, mas ainda não existe nenhum suspeito. "A gente sabe que esse é um crime chocante, mas a investigações estão no início. Estamos analisando câmeras de segurança que foram colhidas nas proximidades do local. Sabemos é um bairro humilde, por isso não é todo local que tem uma câmera e a gente vem fazendo essa análise, recolhemos vários pontos para tentar identificar o quanto antes esses autores do crime, mas não existe uma linha de investigação que está consolidada", explicou Dutra.
O celular de Marley e de pessoas próximas a ela também estão sendo analisados. O delegado descartou o envolvimento dela com o tráfico de drogas e disse que os parentes não informaram que ela tinha dívidas ou desavenças. Sobre a mensagem escrita com sangue na parede, o delegado afirma que o nome colocado nela pode ter sido uma forma de atrapalhar as investigações da polícia. Ele afirma que ainda não é possível dizer que uma pessoa com o mesmo nome esteja envolvida ou tenha motivado o crime.
Duas pessoas que tinham sido consideradas suspeitas, foram ouvidas um dia após os corpos serem encontrados e liberadas em seguida. Segundo Dutra, a polícia havia recebido uma denúncia dizendo que elas e Marley tinham desentendimentos familiares. Os nomes deles não foram divulgados. "Nesses depoimentos, até para se livrar de uma situação de acusação, [as pessoas] acabaram colaborando com as investigações para que a gente possa descartar qualquer tipo de participação", informou o delegado.
No sepultamento das vítimas, honras do cívico- militar onde a adolescente Ana Carolina estudava
O delegado também informou que a perícia ainda não foi concluída, por isso não é possível saber qual das vítimas foi morta primeiro e como os ferimentos foram causados. Marley tinha 53 anos e a neta, Ana Carolina, 11. O delegado orienta que, caso a população tenha alguma informação, as denúncias podem ser feitas de forma anônima, por meio do telefone 181 ou do (43) 3258-2004. A Polícia Civil (PC-PR) informou que a investigação está em sigilo para "garantir a coleta segura e eficaz de provas".
Sepultamento das vítimas
O sepultamento dos corpos de Marley e Ana Carolina ocorreu no Cemitério Municipal de Jataizinho, na segunda-feira. Alunos e funcionários do colégio cívico-militar em que a jovem estudava prestaram continência às duas durante o cortejo. "Ela era uma menina exemplo para a sala dela", disse a diretora Simone Vieira, em entrevista. A família optou por não se manifestar, até o momento. Na foto acima, a homenagem feita por amigos de Ana Carolina durante o sepultamento.
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