O voto de cada cidadão nas eleições municipais é o que define o destino de uma cidade e o quanto a vida nela pode ser boa ou não a depender do comprometimento do prefeito, vice-prefeito e vereadores que forem eleitos. É o que pensa o cientista político Bruno Bolognesi, que coloca a consciência política dos eleitores que votam como essencial para que os representantes escolhidos sejam responsáveis nas escolhas e cumpram as promessas feitas em campanha nos próximos quatro anos.
"Pode parecer pequeno arrumar uma calçada ou arrumar uma rua, mas é o que faz a nossa vida ficar mais fácil ou mais difícil. Participar da eleição, principalmente da eleição municipal, é o que dá esse destino do dia a dia e resolve ou deixa de resolver problemas que as pessoas estão preocupadas. Acho que nesse sentido a eleição municipal tende a ser até mais importante que as eleições federais e estaduais", afirma.
O Paraná tem o 6º maior eleitorado do país, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São 8,5 milhões de paranaenses aptos a votar nas eleições 2024, e em Ibiporã são mais de 35 mil eleitores que deverão ir as urnas neste domingo (6). O voto é obrigatório para quem tem entre 18 e 70 anos de idade. Nas eleições deste ano, mais de 73 mil eleitores paranaenses de 16 e 17 anos estão aptos a votar - para eles o voto é facultativo, assim como para pessoas acima dos 70 anos.
A força do voto dos idosos e da tradição
Nas últimas eleições municipais, em 2020, mais de 1,8 milhão de eleitores paranaenses deixaram de votar - cerca de 23% do eleitorado. O pleito ocorreu em meio à pandemia de Covid-19. O cientista político Bruno Bolognesi explica que o voto é fundamental para a existência da democracia, assim como a democracia é essencial para que cada cidadão tenha liberdade de expressão.
Ibiporã tem por tradição um eleitorado conservador. Principalmente os mais velhos que costumam apostar na tradição e votar na sigla, e não no candidato. O MDB tem sido parte da história da cidade elegendo o maior número de prefeitos até hoje, com cinco deles consecutivos. Desta feita, o MDB abriu mão de lançar candidato para apoiar o atual prefeito, ex-MDB e hoje filiado ao PSD do governador Ratinho Junior.
José Maria Ferreira é um dos que aposta na tradição do eleitorado, mesmo com as mudanças que a pós pandemia trouxe, com a perda de muitos eleitores (os mais velhos e conservadores) mas também da força da juventude, em especial dos politicamente esclarecidos, jovens universitários e netos de famílias tradicionais que vão as urnas pela primeira vez.
Vale lembrar que para fazer uma escolha consciente nas eleições e incentivar maior inserção de cada cidadão em ambientes políticos, o especialista cita algumas dicas: escolha uma causa ou proposta que vá de encontro aos seus ideais; saiba quais são as funções do prefeito e do vereador; participe de organizações comunitárias para identificar os problemas do seu bairro; não venda seu voto, pois é ilegal e não vai beneficiar o coletivo; busque o representante da cidade para expor demandas e cobrar resultados.
Eleitores que deixam de votar transferem a responsabilidade para outras pessoas e perdem a possibilidade de escolher um candidato que os represente. Se não participar do processo eleitoral, estará delegando a sua decisão para outras pessoas, para outros grupos. Isso é muito sério, porque terá que se submeter a isso depois, pelos próximos quatro anos. Aquele que vende o voto, é outro que perde seu direito de cobrar o candidato que por sua vez, considera não ter mais nenhuma responsabilidade com o eleitor igualmente corrupto. Quem vende o voto, não vale o que recebe.
Por isso há neste pleito um clamor para mudanças e oportunidades para novos candidatos. Quem teve o que apresentar os últimos quatro anos, não terá trabalho para conquistar o voto. Já quem viveu apenas de discurso, de promessas não cumpridas e nenhum serviço de relevância prestado a população, está na "roça". E lembrem-se, voto mal dado, não tem volta! Tem consequências!
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