A instalação dos chamados "pontos de ônibus inteligentes", que na verdade são "coberturas" instaladas nas paradas do transporte coletivo, viraram motivo de chacota na cidade. Os comerciantes apontam que é uma atrapalhada atrás da outra, cujo trabalho revela não haver planejamento e sequer fiscalização de algum responsável para que não haja tanta lambança.
Na semana passada mostramos aqui a instalação do ponto em frente a Casa Ouro Verde na avenida Paraná, no meio do passeio, sobre o piso tátil e em frente uma árvore. Não sobrou espaço para passagem de cadeirante seja pela frente, ou pelos fundos (onde não passa uma pessoa). O teto do ponto impede a utilização do toldo ou quebra sol. Resultado: tiveram que remover do local porque os ônibus ao se aproximarem da calçada, batia o retrovisor na ponta do teto do ponto que avançava para a rua. Um projeto espetacular de "nosso arquiteto" igualmente fiscalizado pela competente equipe da administração municipal.
Ponto instalado no meio da calçada, em frente árvore, impedindo piso tátil e teto não coube debaixo de marquise: lambança!
E qual foi a solução que encontraram? Cortaram a estrutura do ponto. Ainda assim não coube devido a marquise do prédio. Largo demais e no limite da parede, o teto obriga o ponto a comprometer a passagem de cadeirantes, senhoras com carrinhos de bebês além de obstruir o caminho do piso tátil para guia de deficientes visuais. Cadeirante precisava descer da calçada e acessar outro lado pela rua, correndo o risco de sofrer um acidente. Em outro local, como na calçada do Campo Estrela, foi preciso retirar o piso tátil, recortar o calçamento e fazer novamente a guia para deficientes desviando do obstáculo.
Cobertura na largura da calçada: Recua-se para teto não ficar na rua, mas invade propriedade particular
E não para por aí. Na avenida Santos Dumont, a instalação da cobertura invadiu uma propriedade particular. Recuam a frente cerca de 40 centímetros e invadem a propriedade os mesmos 40 centímetros na esquina com a Rua Carlos Cavalcante. Neste local haviam árvores que fazia sombra no ponto, e foram cortadas, porque impedia o teto de adentrar a propriedade privada.
Árvores que antes faziam sombra, foram cortadas para "acomodar a estrutura" da nova cobertura na Santos Dumont
Considerando que a calçada possui largura de 2,60m, não precisa ser um gênio para compreender que a estrutura poderia no máximo atingir 2,10m de largura. Mas não, o arquiteto (engenheiro que não deu certo), projetou a estrutura na mesma largura da calçada. O resultado está aí... só lambança. Corta-se um pedaço aqui, derruba-se árvore ali, e as coisas vão se ajeitando na base da gambiarra, sem planejamento e sem fiscalização. E o dinheiro público indo pro ralo. Vale lembrar que o ditado "impossível fazer omelete sem quebrar ovos" não se aplica em obras na construção civil, principalmente em se tratando de obra pública. Onde há competência inexiste a gambiarra.
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