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Folha Regional Online

Sabado, 14 de Setembro de 2024

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Instalação de coberturas dos "pontos inteligentes" torna-se um festival de erros e trapalhadas

Seria cômico se não fosse trágico. A que ponto chega a falta de planejamento e fiscalização na instalação?

Ely Damasceno
Por Ely Damasceno
Instalação de coberturas dos
Folha Portal/Ely Damasceno
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    A instalação dos chamados "pontos de ônibus inteligentes", que na verdade são "coberturas" instaladas nas paradas do transporte coletivo, viraram motivo de chacota na cidade.  Os comerciantes apontam que é uma atrapalhada atrás da outra, cujo trabalho revela não haver planejamento e sequer fiscalização de algum responsável para que não haja tanta lambança.   

   Na semana passada mostramos aqui a instalação do ponto em frente a Casa Ouro Verde na avenida Paraná,  no meio do passeio, sobre o piso tátil e em frente uma árvore.  Não sobrou espaço para passagem de cadeirante seja pela frente, ou pelos fundos (onde não passa uma pessoa).       O teto do ponto impede a utilização do toldo ou quebra sol. Resultado: tiveram que remover do local porque os ônibus ao se aproximarem da calçada, batia o retrovisor na ponta do teto do ponto que avançava para a rua. Um projeto espetacular de "nosso arquiteto" igualmente fiscalizado pela competente equipe da administração municipal.

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Ponto instalado no meio da calçada, em frente árvore, impedindo piso tátil e teto não coube debaixo de marquise: lambança!

    E qual foi a solução que encontraram? Cortaram a estrutura do ponto. Ainda assim não coube devido a marquise do prédio. Largo demais e no limite da parede, o teto obriga o ponto a comprometer a passagem de cadeirantes, senhoras com carrinhos de bebês além de obstruir o caminho do piso tátil para guia de deficientes visuais. Cadeirante precisava descer da calçada e acessar outro lado pela rua, correndo o risco de sofrer um acidente. Em outro local, como na calçada do Campo Estrela, foi preciso retirar o piso tátil, recortar o calçamento e fazer novamente a guia para deficientes desviando do obstáculo.

Cobertura na largura da calçada: Recua-se para teto não ficar na rua, mas invade propriedade particular

    E não para por aí. Na avenida Santos Dumont, a instalação da cobertura invadiu uma propriedade particular. Recuam a frente cerca de 40 centímetros e invadem a propriedade os mesmos 40 centímetros na esquina com a Rua Carlos Cavalcante.  Neste local haviam árvores que fazia sombra no ponto, e foram cortadas, porque impedia o teto de adentrar a propriedade privada. 

Árvores que antes faziam sombra, foram cortadas para "acomodar a estrutura" da nova cobertura na Santos Dumont

   Considerando que a calçada possui largura de 2,60m, não precisa ser um gênio para compreender que a estrutura poderia no máximo atingir 2,10m de largura. Mas não, o arquiteto (engenheiro que não deu certo), projetou a estrutura na mesma largura da calçada.   O resultado está aí... só lambança.  Corta-se um pedaço aqui, derruba-se árvore ali, e as coisas vão se ajeitando na base da gambiarra, sem planejamento e sem fiscalização.  E o dinheiro público indo pro ralo. Vale lembrar que o ditado "impossível fazer omelete sem quebrar ovos" não se aplica em obras na construção civil, principalmente em se tratando de obra pública.  Onde há competência inexiste a gambiarra.

 

 

 

FONTE/CRÉDITOS: Folha Portal/Ely Damasceno
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Ely Damasceno

Publicado por:

Ely Damasceno

Bacharel em Teologia Theological University of Massachussets USA 1984/1990. Jornalismo pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Repórter Gaz.Esportiva, Diários Associados, Estadão/SP, Jornais Dayle Post, em Boston-USA e Int.Press Hyogo-Japão

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