Plantar árvores, seja para reduzir a poluição, seja para embelezar a cidade, não é tão simples quanto parece. A queda constante de árvores, por conta de fortes ventos e chuvas, tem mostrado que é preciso responsabilidade na hora de cavar o buraco, plantar, monitorar o crescimento e podar uma árvore. Este é o alerta que dá um engenheiro que prefere não se identificar, ao perceber a forma com que a repaginação do verde está sendo executado nas avenidas de Ibiporã.
Assim como o cuidado no plantio, até o corte correto de árvores e galhos exige técnica, de forma que a árvore mantenha-se bonita e sem riscos para a população. Para evitar acidente e livrar a rede elétrica de galhos e folhas, o engenheiro explica que até o local do plantio de uma árvores deve ser estudado. "Aqui em Ibiporã vimos o absurdo de plantio de árvore embaixo de marquises e toldos, sem levar em conta que estão sendo feitas de modo equivocado. Dá para notar que as pessoas não tem o mínimo conhecimento e prática pelo trabalho que estão executando. Plantar uma árvore não é somente cavar um buraco e jogar a muda dentro", observa.
Ele aponta que antes do plantio, a cova de ser dimensionada de modo que a muda tenha um espaço para receber ao seu redor, adubo e nutrientes que irão potencializar seu desenvolvimento natural. "A muda precisa ser plantada em pé, e ao ser aterrada deve ser bem socada, de forma a garantir que não venha deitar ou cair com o vento. Ela precisa estar escorada e firme", explicou.
"A intensão do prefeito não é totalmente errada com a erradicação de algumas espécies, impróprias para o meio urbano, mas percebe-se que ainda não houve um planejamento ou projeto paisagístico detalhado. Ninguém projeta plantio de uma árvore debaixo de marquise ou de toldos, como vimos pela cidade. Em Ibiporã o plantio de árvores se deu após um amplo crescimento populacional. E cada um plantou um tipo de árvore, sem nenhum planejamento. Não obstante haviam muitas árvores frutíferas que foram derrubadas, como as mangueiras na esquina da avenida Santos Dumont com a rua Osvaldo Cruz e as bananeiras na Rua Luiz Ferrari”, explica o engenheiro. Percebe-se que muitas das mudas replantadas não está havendo manutenção e algumas já estão caindo. Deste jeito vão sobreviver poucas. É necessário também que frente aos estabelecimentos comerciais que receberam as mudas, alguém tenha a consciência de regá-las enquanto ainda mudas.
O engenheiro sugere ao município que as novas árvores sejam identificadas com uma espécie de "RG" a fim de serem monitoradas e podadas ao longo de seu desenvolvimento constantemente até por 10 ou 20 anos, dependendo da espécie. Ibiporã ainda é embrião quando se fala em projetos ambientais a julgar pelo que se viu. Mas o primeiro passo foi dado com a avaliação de risco que nunca foi feito por aqui, e desta feita, uma erradicação coletiva foi executada, embora a contragosto da população. Só falta competência no replantio.
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