Sem preocupação com amarras ideológicas – que, aliás, são tênues para a maior parte dos partidos políticos que somaram-se ao apoio ao candidato José Maria Ferreira (PSD), nesta eleição, já corre pelos bastidores movimentos que acenam para um novo cenário seja já à partir de janeiro visando as próximas eleições. Há rumores de que uma deputada estadual, requer do prefeito a nomeação em secretaria de um dos vereadores eleitos pelo PSD a fim que um dos suplentes "chegado a ela" assuma a cadeira. Ninguém confirma, mas são notícias da chamada "rádio escuta anônima". Se confirmado, pode haver um clima de "mau tempo" no partido levando em consideração a bancada de suplentes. O queridinho da deputada não é o primeiro suplente por dois votos. Logo...em nossa modesta opinião, assunto natimorto.
Mas de certo é que vereadores reeleitos e não eleitos, (mas bem votados) já são sondados para as chamadas “dobradinhas” para as eleições proporcionais de 2026. É o caso dos atuais vereadores, Gilson Mensato e Victor Carreri (do Hospital) que já são sondados para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa daqui a dois anos numa possível dobradinha com um deputado da região que deve disputar uma cadeira na Câmara Federal. Tercílio Turini, Cobra Repórter , Cloara Pinheiro e até mesmo Evandro Araújo (3°- mandato) que já andou por estas bandas são fortes candidatos e a próxima "janela eleitoral" promete. Ibiporã precisa ter um representante em Curitiba.
Para estes, e outros esta é uma opção de sobrevivência política. Por outro lado, o prefeito José Maria, nada de braçada com a bancada eleita. Nenhum vereador de oposição. Até na suplência das cadeiras eleitas, são mais nove apoiadores. Com toda esta base, não teria dificuldade de lançar um candidato a deputado com larga vantagem e possibilidade de eleição, dado ao seu relacionamento e influência política.
A mesma "rádio escuta" aventa a possibilidade de Rafael Eik Ferreira aceitar um "suposto convite" do governador Ratinho Junior para um cargo no governo abrindo espaço para Claudio Gozzo assumir a cadeira. A Fundepar seria o endereço já conhecido pela Familia Ferreira. Até porque, esbarra na legislação e não existe a possibilidade de Rafael Eik Ferreira vir a ser candidato à prefeito. Além do compromisso com a vice, mas Ibiporã já provou que não vota em candidata apoiada por Ferreira. Não consegue transferir votos. Nas duas últimas tentativas, inclusive com a primeira dama, não vingou. A segunda foi Sandra Moya, acomodada posteriormente no governo. E nestas duas eleições, perdeu para a oposição.
Se um prefeito só tem parlamentar de um partido para apoiar, tem dificuldades de ampliar o seu arco de apoios nas próximas eleições municipais. Este definitivamente não é o caso de Ibiporã. Outro forte nome que receberia apoio maciço da comunidade árabe/libanesa em toda a região seria do professor Mohamed El Kadri. Neste cenário que se avizinha, para os deputados estaduais e federais, a dobradinha é uma forma de “potencializar” o voto. Os deputados estaduais e federais ajudam a trazer recursos para a cidade e, na hora de pedir o voto, facilitam o contato com o eleitor.
Apesar da presença do poder econômico nas eleições para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados tenha diluído parcialmente a polarização de grupos que historicamente se enfrentam em pequenas cidades, ainda há grande presença dos laços pessoais entre prefeitos e parlamentares. A influência do prefeito José Maria Ferreira em Curitiba, foi capaz de mudar os rumos da eleição em Ibiporã que praticamente enterrou de vez a oposição. O MDB que sempre foi a oposição mais acirrada, acabou abrindo mão de candidatura para apoiar José Maria. As disputas entre famílias ou grupos políticos que foram acirradas por décadas, hoje caminham de mãos dadas e por "n" motivos que a nossa vã filosofia desconhece. São os mistérios da política.
Como os dois lados somando forças, há grande possibilidade de termos pelo menos um candidato a deputado. Esta particularidade eleitoral é resultado de "laços de clientela" o que num futuro próximo podemos ter um parlamentar para mostrar serviço, trazer convênios, programas, pequenas obras, intermediar a solução de demandas junto aos governos federal e estadual, até para fortalecer politicamente o (a) candidato (a) do prefeito nas próximas eleições.
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