A formação cultural do Brasil se caracteriza pela fusão de etnias e culturas, pela contínua ocupação de diferentes regiões geográficas, pela
diversidade de fisionomias e paisagens e também pela multiplicidade de visões sobre a miscigenação em sentido amplo, algumas ainda presas à
desinformação e ao preconceito. Esse caldo de cultura muitas vezes gera atritos e conflitos em casa, na rua, no trabalho e na escola. Para preencher
o vazio da desinformação e corrigir a distorção de valores, muitas vezes a própria Justiça se vê impossibilitada de julgar alguns casos. Isto porque, virou moda a história do "vitimismo"... ou porque é pobre, porque é negro, porque é homosexual e vai por aí. Qualquer deslize, como uma simples piada ou apelido que sugira "bulling", pode ser visto como ação discriminatória ou racismo.
Mas existem casos e casos. E ainda hoje, é necessário especialmente professores e alunos debaterem amplamente o assunto. O que fica cada dia mais difícil uma vez que nossas universidades infelizmente estão repletas de alienados de toda as espécies. Na semana passada, este repórter esteve em uma universidade e, particularmente ouvindo uma entrevista, fiquei indignado com o nível de alguns professores, especialmente do curso de história. Que aliás, a julgar pela "bagagem cultural" de alguns, podemos colocar fogo em todos os livros de história nas bibliotecas do país porque sua visão embaçada por influência comunista, e "intelectuais" moldados na maconha e cocaína, lhes fizeram reféns da ignorância.
Muito bem, opinião pessoal à parte, esta introdução é apenas para ilustrar que não é apenas a ignorância que leva as pessoas a discriminar o próximo ou ser protagonista de atos raciais, ou mesmo bulling como temos visto ocorrer aqui em Ibiporã. Um professor chegou a ser preso acusado de injúria racial em sala de aula em 11 de abril deste ano. Por inconsistência de provas a Justiça determinou que fosse solto.
Mas este assunto nos remete a nova discussão sobre alguns abusos. O diretor do Departamento de Planejamento e Urbanismo e ex-presidente da Fundação Cultural de Ibiporã, arquiteto Julio Cesar Dutra, nomeado em cargo pelo prefeito José Maria Ferreira, já teve seu afastamento do cargo pedido em uma Ação Civil Pública, por improbidade administrativa, volta a ser denunciado ao Ministério Público. Desta vez por discriminação racial. Esta não seria a primeira vez que é suspeito de protagonizar fatos lamentáveis que denigre a administração municipal, especialmente a pasta da "cultura". Já foi acusado de discriminação e ofensas contra alunas e mães na escola de ballet da Fundação Cultural.
Já envolveu-se em ofensas contra a filha de um pastor do Espaço Vida e já foi protagonista de escândalos, posando em fotos que circulou pelas redes sociais brincando com um pênis de borracha em uma festa a fantasia. Agora foi acusado de postar uma página de rede social, atribuída a ele (que leva seu nome e uma imagem de Jesus Cristo no perfil) uma foto onde aparecem oito mulheres negras e brancas de biquini, porém desprovidas de beleza e corpos fora dos padrões apreciados pela "sociedade machista", com os dizeres: "Trafica nóis, dona Wanda" em alusão ao "tráfico de miss" em uma fã page de mau gosto que abre espaço para mulheres feias que supostamente desejam ser levadas para a "Turquia", o que também remete a dar entender que os turcos tem mau gosto para mulheres, ou que as mulheres de lá são desprovidas de beleza. Na mesma foto, a pergunta: Crendeus pai, de onde saiu isso ae? E a resposta: "De Ibiporã e Jataizinho". A foto foi manipulada e difere da foto original postada na fã page.
A denúncia com o número de protocolo no Ministério Público N° 0062.23.000170-3, aponta contra o servidor da prefeitura, "manifestação racista contra a população. Manifestação extremamente ofensiva contra mulheres. Particularmente entendemos que a suposta e presente afronta é extremamente pertinente, uma vez que coloca as mulheres em situação de violação à honra motivada por motivos discriminatórios pelo fato de serem do sexo feminino e desprovida der atributos que, em razão disso, há a necessidade de tipificação específica para essa forma de violência apontada contras as mulheres de nossa cidade e da cidade vizinha.
Vale lembrar aqui, que o Senado aprovou a PL 3.048/2021, projeto este que aumenta em um terço as penas de crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação) cometidos contra mulheres, “por razões da condição de sexo feminino evidenciado aqui”. De autoria da senadora Leila Barros (Cidadania-DF) e que foi relatado pela senadora Zenaide Maia (Pros-RN), o objetivo do projeto é exatamente coibir e combater este tipo de violência contra a mulheres especial, protagonizado por um cidadão que supostamente "culto" que ocupa um cargo de relevância na administração e promovendo maus exemplos.
Vale lembrar que este tipo de atitude, geralmente é o "start", ou seja a fase inicial até que se torne uma agressão física e evolua até para o feminicídio. O caso pede atenção da promotoria no sentido de justa advertência ou punição pois trata-se de evidente peça de violência moral, psicológica, crime contra a honra, humilhação, manipulação, e quiçá, até chantagem com as mulheres de Ibiporã e Jataizinho cuja população feminina nos dois municípios passam de 37 mil mulheres.
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