Um dos maiores riscos da terceirização de serviços é a falta de controle ou fiscalização deles por parte do contratante. Aqui no caso, do poder público municipal cuja responsável pela execução da pavimentação de calçadas, já deve ser a terceira ou quarta na atividade. O maior problema na execução de obras, é o despreparo dos contratados por quem vai executar o serviço onde em alguns casos, nem mesmo a empreiteira tem pouco ou nenhum controle sobre eles. E aí surgem um festival de desmandos sem contar que este despreparo, pode afetar a qualidade do serviço terceirizado.
Qualquer trabalho realizado deve ser observado a boa aplicação dos recursos públicos. O trabalho de uma terceirizada deve ser tão bom quanto o trabalho de um servidor profissional de carreira, aquela pessoa competente com habilidades e experiência para esse tipo de trabalho. Habilidade razoável, é o mínimo que se espera, mas não é o que se tem observado na execução da execução dos "pavers".
A começar pela forma com que as calçadas existentes são arrancadas, na base da pressa e da falta de cuidado. Vão atropelando e quebrando tudo o que tem pela frente. Lixeiras e placas de sinalização não são retiradas com nenhum cuidado, a acabam por ficarem inutilizadas. São atropeladas, derrubadas e amassadas sem nenhuma cerimônia. As poucas árvores que restaram em pé, sofrem agressões desnecessárias com mutilações nos troncos e raízes. Tudo na base da máquina Bobcat e no afogadilho de recuperar o tempo perdido pelas empresas que anteriormente deixaram a obra por suposta incompetência.
Outro detalhe percebido pelos comerciantes que estão passando pelo transtorno que a obra promove, é a falta da utilização de EPIs, (Equipamentos de Proteção Individual) por alguns servidores em serviço, especialmente aqueles que estão no corte e assentamento dos tijolos onde já foi flagrado operário sem luvas ou óculos de proteção durante o trabalho. Não há fiscalização por parte da empresa e sequer da prefeitura. Esta obra já teve diversas paralizações, especialmente no início da avenida Paraná. Ou por falta de operários, ou falta de material.
Se o prestador de serviços não puder garantir que o trabalho com o resultado desejado, ele deveria informar antes de iniciar o trabalho. O que se vê ao longo do calçamento já executado, é um festival de defeitos. E a prefeitura parece estar satisfeita, se eximindo das responsabilidades, ou sequer cobrando da empresa contratada um trabalho satisfatório o que visivelmente pode ser contestado.
O que foi percebido na avenida Santos Dumont na última terça feira, foi um absurdo. A destruição de lixeiras em perfeito estado bem como placas de sinalização simplesmente detonadas pela máquina, não tem justificativa. Assim como a agressão às árvores que restaram em pé. São "acidentes evitáveis", que poderiam preservar o patrimônio que aí está, uma vez que custa dinheiro público e agora estão inutilizados. E quem vai arcar com os prejuízos senão o próprio contribuinte? Aliás o que precisava ser retirado, (placas de publicidade irregulares) afixada nos postes, continuam lá.
O prefeito tem obrigação de exigir que o prestador de serviços recupere o patrimônio detonado. Fiscalizar para que este tipo de atitude não volte a ocorrer. A forma com que estão sendo removidos os obstáculos, seja nas calçadas ou nos canteiros é substancialmente inadequado para o seu objetivo usual. Lixeiras particulares estão literalmente sendo transformadas em sucatas e jogadas na via pública para desobstruir onde será aplicado os "pavers". Resumindo, esta obra sem propósito, sem prioridade e totalmente "desnecessária", é uma lição de incompetência e mau uso do dinheiro público frente a tantas prioridades que o município exige.
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