Um princípio de confusão na recepção da UPA na tarde de ontem, voltou a demonstrar a insatisfação da população com relação a demora no atendimento. Uma cidadã indignada chegou a perder a paciência e acabou desabafando em forma de protesto, pelo que chamou de descaso com a saúde. A reclamação é coletiva, embora alguns até já se acostumaram com a demora, causada pela demanda de pacientes que chegam de toda a região. Este é o legado que o prefeito José Maria trouxe para a cidade que não tinha condições para receber uma unidade de UPA para fazer politicagem com “cumpanheros” do PT.
É fato que a cidade precisava de uma unidade de saúde modelo, e o prefeito precisava cumprir a promessa de campanha do "mini hospital" e assim, surgiu o UPA congregando a responsabilidade de atender vários municípios para sua liberação. A UPA possui um quadro dedicado de servidores, mas não podem fazer milagres quando a gestão é má administrada. Ficam a mercê da situação e vítimas de um sistema que não funciona como deveria. E os reclames são unânimes. Onde estão os médicos?
Na tarde de ontem havia reclames de espera por mais de cinco horas e a informação de que um único médico presente, se ocupava de uma emergência, o que supostamente estaria justificando a demora. Informação esta, que aparece num vídeo gravado por um paciente e depois desmentida quando um grupo de vereadores chegou na UPA para se inteirar do que estava acontecendo. E como num passe de mágica, apareceram quatro médicos. E lá estavam eles, não só na planilha de escala, mas de corpo presente.
Uma situação por volta das 20 horas bem diferente do que ocorreu no princípio da tarde, entre 14 e 17 horas. Neste horário, a média de espera por atendimento ficava entre uma hora e meia a duas horas conforme constataram os vereadores Victor Carreri, Gilson Mensato e Ilseu Zapelini que estiveram lá. Nenhum vereador da base do prefeito se incomodou de ir lá verificar o que estava acontecendo. O próprio prefeito José Maria, diz ter ciência ao acompanhar pelas “telas” a espera de pacientes por três, quatro horas para um atendimento. Mas também não resolve o problema e procura apontar culpados.
“É complicado ficar esperando este tempo numa recepção. Não é algo que reconforta e provoca algum tipo de sentimento de alento ao gestor. Hoje nós temos problemas e eu não fujo deles. Mas encontramos muitas dificuldades para a contratação de trabalhadores. Boa parte de nossa saúde vem sendo terceirizada especialmente nas especialidades para atender no UPA. Mas temos um apagão de profissionais qualificados nessa área no setor”, afirmou justificando que a situação é um reflexo de uma decisão equivocada de anos trás com a proibição da criação de novas faculdades de medicina. "Chegamos ao cúmulo de importar médicos de Cuba", observou.
O prefeito procurou justificar, e assim ficou o dito pelo não dito. Só discurso. Conseguiu até enterrar a cabeça de uma hiena ao exemplificar a fuga dos problemas. Citou ainda que a “impaciência da população só aumenta o problema”, lembrando o fato de que uma paciente teria ameaçado de morte um médico o que levou o profissional a demitir-se. Isto tudo, é reflexo de uma má gestão administrativa, pela qual passa a saúde de Ibiporã desde que esta administração assumiu. Este é um fato que infelizmente dado aos compromissos políticos, o prefeito tenta amenizar com conversa, mas não tem pulso para mudar o quem de fato precisa. E quem paga por isso é a população que hoje tem saudades ao lembrar que era feliz e não sabia. Especialmente aqueles que dependiam dos medicamentos que Zé Maria fez questão de tirar do povo.
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