A manifestação organizada pelos movimentos Povo Sem Medo e Frente Popular, realizada neste domingo (30) na Avenida Paulista, em São Paulo, mostrou-se um verdadeiro fiasco. Apesar da grande divulgação feita por lideranças da esquerda, incluindo o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), o evento reuniu apenas cerca de 2.500 pessoas, muito aquém das expectativas dos organizadores.
Movimentos sociais de esquerda e sindicalistas que pretendiam reunir milhares de pessoas em várias cidades brasileiras, neste domingo (30), em atos contra "a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 8 de janeiro", foi uma piada. A maior concentração dos chamados "mortadelas" foi em São Paulo, onde o número de manifestantes foi pífio, não ocupando um quarteirão inteiro. Os poucos participantes pediam punição aos supostos depredadores dos prédios da Praça dos Três Poderes em janeiro de 2023 e ao núcleo político da tentativa golpista.
As manifestações foram convocadas por entidades sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), e coletivos como a Frente Brasil Popular, a Frente Povo sem Medo, o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Todos movimentos de esquerda e simpatizantes de regimes comunistas.
Em São Paulo, a manifestação que esperava contar com meio milhão de simpatizantes, contou com pouco mais de dois mil mortadelas e começou na Avenida Paulista. Seguiu pela Vila Mariana até o prédio do antigo Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), onde eram presos e torturados os adversários da ditadura cívico-militar instaurada em 1964.
Em Brasília, estima-se apenas 100 manifestantes. Rio de Janeiro, 200 e nas oito capitais previstas, a maioria "flopou". Ironizando o resultado das manifestações, o Sargento Fahur foi as redes sociais e detonou. "Olha lá que 10% deste pessoal que estavam lá, foram para roubar um celularzinho, uma carteira, não tenham dúvida. Fiasco total, flopou! A esquerda é a eterna piada do Brasil", declinou.
Teve um engraçadinho, entrevistado por um repórter que disse que "votar a anistia é gerar uma crise entre os poderes", e é preciso garantir que haja julgamento já que é "importante o recado das ruas"... E fica a pergunta: o recado das ruas de 100 mortadelas em Brasília tem mais peso de que 1,5 milhão de brasileiros que estiveram lá? Será que o sentido simbólico de manifestações para ressaltar a importância da defesa da democracia deve ser considerada apenas por movimentos medíocres de uma minoria?
Apesar da presença de algumas lideranças políticas e representantes de movimentos sociais, o evento não conseguiu gerar grande impacto nem demonstrar força política significativa. Com discursos contra o governo Bolsonaro e em defesa de pautas progressistas, os manifestantes tentaram dar tom de resistência ao ato, mas a fraca participação revelou um momento de desarticulação da esquerda nas ruas