Um desentendimento entre "alunos", por motivos de ordem desconhecida ocorrido na semana passada, voltou a colocar em pauta a questão da “segurança” nas escolas de Ibiporã. O caso primeiramente anunciado como ocorrido dentro da escola, na verdade teria acontecido na entrada do ônibus escolar, fora do portão. Entretanto dado a gravidade da lesão sofrida por um garoto agredido por uma aluna com uma tesoura, acabou em dois endereços.
Um menor de 12 anos que (supostamente não seria aluno da escola) levou um golpe de tesoura no braço, e teve lesão considerada grave, foi socorrido primeiramente na escola pelo Policial Militar, Cabo Santana que estancou o sangramento com um torniquete e, posteriormente dado a gravidade do ferimento, encaminhado ao Hospital Cristo Rei e a menor apontada como agressora, também de 12 anos, encaminhada para a delegacia de Ibiporã. O fato ocorreu na saída da aula em frente a Escola Estadual Ulisses Guimarães, na avenida Ibrahim Prudente da Silva, no Conjunto Pedro Morelli no último dia 25 por volta das 18h50. O Samu e o Siate foram acionados mas no momento da emergência, não havia ambulâncias a disposição no município o que, dado a gravidade, obrigou ao militar que prestou socorro, levar o garoto em veículo particular até o hospital.
A ocorrência foi atendida primeiramente pela Policia Militar do 2° Comando da 3ª Companhia da PM e posteriormente apresentada ao delegado de plantão para providências legais, com encaminhamento da menor autora, e a apreensão da tesoura utilizada na agressão. Por tratar-se de envolvimento de menores, a identidade dos mesmos é preservada em inquérito reservado. Os pais dos alunos envolvidos foram chamados a delegacia e não gravaram entrevista. O garoto passa bem e a jovem agressora, está por hora, afastada da escola.
Agressões mútuas entre alunos, não é novidade
Mas há que consideramos que geralmente “esse fenômeno” não surge na escola, mas se revela nesse ambiente e vários podem ser os motivos que aliás preocupam. Bullying, assédio, briga por namorados, enfim as situações conflitosas que refletem no contexto escolar, requer dos profissionais de educação ferramentas ou instrumentos e condutas e ações pedagógicas para o enfrentamento das condições que promovem a violência.
O bullying é sem dúvida o mais conceituado como práticas violentas entre crianças e adolescentes, direcionadas àqueles considerados indefesos, causando danos físicos e psicológicos, muitas vezes irreversíveis. No Brasil, a Lei n. 13.185/2015 nomeia o bullying como Intimidação Sistemática e o conceitua como “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas".
É fácil pedir a imprensa que reconsidere uma informação sob a alegação de que o fato não ocorreu na escola como fizeram com o repórter Jefferson Pinheiro em "retratação", preservando o "ambiente escolar". No entanto há que se considerar que enquanto o aluno de desloca da escola para casa no transporte escolar, é inegável que o problema também é da Educação. Independente se a vítima era aluno da escola ou não. Poderia ser um colega de classe. Ora se o fato ocorreu na saída da aula, é de se presumir que a aluna já portava a tesoura consigo, desde que adentrou ao colégio. Logo um fato que exige medidas de segurança.
Uma agressão grave, mesmo que em legítima defesa, poderia ter causado uma morte. Por isso, é necessário encontrar ferramentas que auxiliam no seu enfrentamento, considerando que a violência reflete sempre um processo de exclusão, discriminação ou indiferença nas relações sociais, em direção à construção de relações baseadas no respeito.
Apesar do episódio ter ocorrido numa escola do estado, a preocupação dos pais é coletiva seja no âmbito estadual ou municipal. Que pai ou mãe ficam tranquilos em casa, sabendo que o filho ou filha pode retornar da aula lesionado gravemente, ou em casos extremos, até vítima a ser reconhecida no Instituto Médico Legal? E não estou exagerando...há dezenas de exemplos infelizmente já ocorridos e aqui pertinho de nós. Há dois anos, os jovens Karoline Verri Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16, eram namorados e morreram após serem baleados por um ex-aluno de 21 anos de idade dentro de uma escola do estado em Cambé.
Logo, é necessário estar atento tanto o autor quanto à vítima. Muitas vezes, a violência acaba sendo o único caminho que o autor encontra para pertencer a um grupo, se sentir admirado, protegido de outras agressões ou mesmo é sua única referência para resolver seus conflitos. Ao estado e município, cabe garantir a segurança dos alunos sem afrouxar o que já foi conquistado. Chegamos ao limite de ver instalados na entrada das escolas detectores de metais, e câmeras de monitoramento até em salas de aulas.
E este tipo de situação só revela uma triste constatação. A real falta de educação e decadência do ensino que este país enfrenta de trinta anos para cá. Curiosamente quando os militares abriram as pernas para o "regime democrático" que chega ao cúmulo de permitir que marginal condenado, e guerrilheira terrorista, cheguem ocupar a Presidência da República. Salve a Democracia!
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