Paquetá e Neymar são destaques após dois tempos distintos da seleção
Apesar de queda brusca na segunda etapa, time garante passagem à final da Copa América
Faz tempo que o Brasil, e a seleção, buscam um meio-campista capaz de jogar de uma intermediária a outra, capaz de combinar dinâmica, capacidade defensiva, passe e participação perto da área adversária. E, aparentemente, a primeira temporada no futebol francês consolidou a transformação de Lucas Paquetá: o jovem com várias virtudes que saiu do Brasil parece a caminho de se transformar num meio-campista muito versátil.
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Paquetá e Neymar comemoram gol diante do Peru — Foto: André Durão
Se a atuação do Brasil teve lado A e lado B, a ótima exibição do primeiro tempo teve Paquetá como grande notícia. Sem Gabriel Jesus, Tite organizou a seleção com desenhos distintos com e sem a bola. Nos raros momentos em que entrou em organização defensiva no primeiro tempo, o Brasil se distribuía num 4-1-4-1: a linha de quatro defensores, Casemiro logo à frente deles, com Paquetá e Fred como meias. Neymar, para ter menos obrigações defensivas, ocupava o centro do ataque, enquanto Éverton Cebolinha e Richarlison recompunham pelas pontas.
Se o primeiro tempo foi de Paquetá, o segundo seria de Neymar. Se a imensa capacidade do craque brasileiro, um dos melhores jogadores do mundo, é sempre um bom sinal para o Brasil, as razões que o levaram a ser o condutor do time preocupam. O Peru abandonou sua linha de cinco defensores, ocupou mais o meio e deixou a equipe de Tite totalmente desconfortável. Diante de um novo desafio, a seleção não encontrou respostas para retomar a rédea do jogo. O time jamais foi capaz de, novamente, impor ao jogo as características que lhe interessavam.
A saída de bola já não acontecia de forma limpa, o time era superado no meio e via Raziel García, que entrara no intervalo, começar a dominar o meio junto com Yotún. Lapadula, de ótima movimentação, entrava no jogo e começava a causar preocupação. O Peru assustou em três lances, e não o fez mais porque a capacidade brasileira de defender a área é imensa. Mesmo em contextos desfavoráveis, o time é difícil de ser batido pela capacidade de seus defensores.
A queda brasileira na segunda etapa merece atenção, embora o péssimo gramado e a questão física que persegue as seleções venham produzindo oscilações de ritmo até na Eurocopa. No sábado, o time joga pela taça, pela paz que as conquistas sempre oferecem, mas também para gerar a sensação de que deixa o torneio com uma ideia de futebol consolidada, com um norte para o trabalho. Apesar das vitórias seguidas, a campanha por vezes gerou dúvidas.