Nos últimos anos, a guarda compartilhada tem se tornado um tema central nos debates sobre o Direito de Família. Em um contexto de constantes mudanças nas dinâmicas familiares e crescente reconhecimento das necessidades das crianças, essa modalidade de surge como uma abordagem crucial para promover o bem-estar emocional e psicológico dos filhos após a separação dos pais. Importante explorarmos a significância e as nuances da guarda compartilhada nos dias atuais, destacando seus benefícios e desafios.
Significado da Guarda Compartilhada:
A guarda compartilhada é uma responsabilização conjunta, qual ambos os genitores têm responsabilidades e direitos igualitários em relação à criação dos filhos, mesmo após o término do relacionamento ou divórcio. Ao contrário do modelo tradicional de guarda unilateral, onde um dos pais detém a maior parte do tempo de convívio com a criança, na guarda compartilhada, as decisões relacionadas à vida do filho são compartilhadas de forma equitativa entre ambos os progenitores.
Benefícios da Guarda Compartilhada:
Promoção do Bem-Estar Infantil: A guarda compartilhada permite que a criança mantenha laços afetivos significativos com ambos os pais, o que é essencial para seu desenvolvimento emocional e psicológico. A presença e o envolvimento equilibrado dos genitores contribuem para uma sensação de segurança e estabilidade na vida da criança.
Equilíbrio nas Responsabilidades Parentais: Ao compartilharem a guarda, os pais dividem não apenas o tempo de convivência com a criança, mas também as responsabilidades associadas à sua educação, saúde, lazer e bem-estar geral. Isso pode reduzir a pressão sobre um dos pais e fomentar uma co-parentalidade mais colaborativa e justa.
Redução de Conflitos: A guarda compartilhada frequentemente estimula a comunicação e a cooperação entre os genitores, uma vez que precisam colaborar na tomada de decisões em prol do filho. Essa colaboração pode levar a uma significativa diminuição de conflitos familiares, resultando em um ambiente mais saudável e estável para a criança.
Maior Envolvimento Paterno: Em muitos casos, a guarda compartilhada está associada a um aumento da participação dos pais na vida de seus filhos, especialmente daqueles que, durante o casamento, podem ter tido um papel menos ativo na criação das crianças.
Sobre os Desafios da Guarda Compartilhada:
Cooperação entre os Pais: A implementação eficaz da guarda compartilhada requer um alto nível de cooperação e comunicação entre os genitores, o que nem sempre é fácil de alcançar, especialmente em situações de conflito ou relacionamentos conturbados.
Logística e Coordenação: Coordenar os horários e logística relacionados à guarda compartilhada pode ser desafiador, especialmente quando os pais vivem em áreas geograficamente distantes ou possuem agendas de trabalho exigentes.
Adaptação da Criança: A transição entre os lares dos pais pode ser difícil para algumas crianças, especialmente no início. É fundamental oferecer apoio emocional e estrutura durante esse período de adaptação.
Num mundo em constante evolução, com estruturas familiares diversas e complexas, a guarda compartilhada se destaca como uma abordagem essencial para garantir o bem-estar das crianças após a separação dos pais. Embora
apresente desafios, os benefícios de manter vínculos significativos com ambos os genitores e fomentar uma co-parentalidade colaborativa são inquestionáveis. Assim, é crucial que tanto o sistema jurídico quanto a sociedade em geral reconheçam e apoiem a implementação eficaz da guarda compartilhada, sempre priorizando o interesse superior da criança.
Colunista: Ana Paula Rocha. Advogada OAB/PR, Pós Graduada Especialista em Direito. Mestranda.
Comentários: