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Quarta-feira, 16 de Outubro de 2024
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Exposição à poluição do ar e radioatividade de partículas

Fatores que podem provocar risco de arritmias ventriculares

Dr. José Carlos Santos
Por Dr. José Carlos Santos
Exposição à poluição do ar e radioatividade de partículas
Google/images.net
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 Até onde a poluição atmosférica pode provocar danos à saúde? Qual é a sua incidência sobre o coração? Estudos recentes apontam que a poluição atmosférica é um fator de risco para diferentes cardiopatias, dentre as quais, arritmias cardíacas e este risco é ainda maior no caso de haver partículas radioativas, uma vez que a radiação ionizante pode também prejudicar o coração. Contudo, o efeito de partículas radioativas no ar atmosférico sobre a incidência de arritmias ainda é pouco conhecido.

Este trabalho foi feito para avaliar o impacto que a poluição e, em particular, a presença de partículas de radiação na atmosfera podem agravar arritmias cardíacas.

Foram selecionados para este fim, 176 casos de alto risco para arritmia. A maioria (77%) era homens, a média de idade era 65 anos e a fração de ejeção média era 25% e 60% tinham insuficiência cardíaca. Todos eram portadores de desfibriladores implantáveis de duas câmaras. Houve arritmia ventricular sustentada ou não em 91 pacientes, incluindo 14 episódios de fibrilação ventricular não sustentada.

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A exposição dos pacientes a radiação foi determinada a partir de estações de monitoramento situadas próximas às suas residências, o que era definido pelo código de endereçamento postal. Apenas 4% dos pacientes mudaram de endereço durante o trabalho e a média de permanência fora de casa era de 6h/dia. As mensurações foram realizadas por 21 dias.

Os autores observaram que numa avaliação média de 21 dias, aumentos de 3,37microgramas/m3 de aumento no nível de partículas implicavam em 48% mais chance de ocorrer arritmias, o que era ainda mais marcante (73%) no caso de eventos sequenciais. Também havia relação entre a média de radioatividade em 21 dias e a presença de arritmias.

Os autores afirmam que não era possível determinar se as arritmias eram secundárias a isquemia ou a piora de insuficiência cardíaca (duas condições prevalentes na população do trabalho) ou provocadas por outros mecanismos.

O trabalho apresenta algumas limitações, como avaliar apenas população de alto risco e não poder estabelecer o impacto de exposições à radiação do ar por períodos menores do que 5 dias, mas é o primeiro a demonstrar que a  exposição à radiação contida em poluentes atmosféricos aumenta o risco da incidência de arritmias e assim desperta a maior necessidade de controle de pacientes que habitem em regiões com maior grau de poluição atmosférica do ar, em especial no caso de haver partículas de radiação ionizante na região. Este é o primeiro estudo a comprovar a associação entre radiação e arritmias e que fortalece a necessidade de promover saúde ambiental como forma de prevenir doenças cardíacas.

FONTE/CRÉDITOS: Google/images.net
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Dr. José Carlos Santos

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Dr. José Carlos Santos

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