Caros amigos e leitores. Publiquei uma matéria ontem abordando duas questões: A primeira, a violência no ambiente escolar e as consequências que isto pesa para a sociedade. E a segunda é, até onde os filhos podem ser influenciados a violência nas aulas de “Educação Fisica”, considerando que em algumas escolas, está se tornando prática, atividades utilizando “Artes Marciais” como o Muay Thai, Capoeira, e outras, só para exemplificar.
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Para alguns, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define os direitos de aprendizagens de todos os alunos do Brasil porém ainda é discutível e há muitas dúvidas sobre a importância desta política pública e as influências e mudanças que ela pode provocar na educação.
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O quero dizer é que o “Conteúdo de Artes Marciais” (leia-se luta) dentro da BNCC” - fases nacionais em todo o Brasil com "conteúdo de luta" subentende-se como análise e teoria sobre as mesmas e não sua aplicação na prática.
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Geralmente os monitores que comandam estas atividades, o fazem no tempo livre de intervalo em horário de almoço nas escolas de “período integral”. Dentro da própria Secretaria de Educação professores trocam experiência sobre o conteúdo e nem sempre a opinião chega a unanimidade. Mas há que se ressaltar o respeito mútuo. O que ocorre, é que nem mesmo os pais, sabem o que é este BNCC e sua finalidade no currículo escolar.
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Na minha humilde opinião, não passa de outra estratégia de influenciar a sociedade, a aceitar a prática, dos “direitos iguais para todos” independentemente da região, raça ou classe socioeconômica, que coloca todos os estudantes do Brasil numa mesma panela. O assunto é complexo e contraditório. Se é desta forma que a educação tem que ser concebida, não tem sentido a questão de “cotas” de vagas em universidade.
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Se o direito deve ser igual para todos, logo todos deveriam ter o mesmo direito. Porque “cotas” só para uns? O que os fazem diferentes dos demais? Mas este já é outro tema. É isto que o BNCC provoca na educação em relação a prática de “luta” como currículo escolar. E é aqui que vamos nos ater.
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Este assunto já é debatido desde 2015, através de seminários estaduais, organizados pela Consed e Undime, entre cerca de 9 mil pessoas, entre educadores e alunos, debatendo o assunto. Em abril de 2017, a 3ª versão foi entregue ao Conselho Nacional de Educação (CNE) que ouviu a opinião do Brasil em uma nova rodada de seminários regionais. Por fim, em dezembro de 2017, a BNCC foi homologada pelo MEC e passou a valer em todo o país. “Todos estudantes do Brasil devem aprender as mesmas habilidades e competências ao longo da sua vida escolar.”
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Na teoria, bonito...igual ao socialismo! E na prática? Será que o que é saudável para seu filho, pode ser para o meu? A forma como seu vizinho educa o filho dele, é a mesma que serve para educar o seu?
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É esta a finalidade do texto, abrir discussão para o assunto. Particularmente, tenho minha posição e respeito opinião contrária. Não vejo onde este tipo de política educacional ajuda a reduzir desigualdade e garante “direitos iguais” de aprendizagem. Sou de uma época em que ensinava “religião nas escolas”. Mas alunos que eram de famílias evangélicas, espíritas ou muçulmanas, eram liberadas de assistir a aula, embora fizesse parte do “currículo escolar”. E ninguém era reprovado por isso. O catolicismo não era "imposto" pelo MEC.
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Voltando a questão das “Artes Marciais”, como currículo no conteúdo “luta” nem sempre foi adotado na Educação em Ibiporã. Até onde me lembro, esta matéria ateve-se apenas a questão de palestras sobre o assunto, onde entendo que é esta é a finalidade. Teoria como complemento cultural, não como atividade física a ser adotada. Como já disse, é minha opinião.
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Também abordei sobre a influência da mídia e dos jogos violentos dispostos na internet, o que também contribui para a violência no ambiente escolar, e isto a prática, infelizmente já foi comprovado. E com trágicos episódios! Isto não seria influência?
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Não tenho nada contra quem defende, ou pratica as “Artes Marciais” como esporte, ou até mesmo como uma forma de “tratamento terapêutico” (em alguns casos é aconselhamento de psicólogos). Ter uma opinião não é denegrir a categoria nem quem as pratica. A discussão é a influência e se a pessoa que ensina está apta para tal?
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Como apontou num comentário, o amigo Elton Braga: " São necessários anos a fio de treinamentos e preparo psicológico em busca do auto-controle, educar e lapidar corpo e mente tendo como base fundamentos como disciplina, hierarquia e respeito". Logo, esta atividade não deve ser ministrada por qualquer zé ruela de fundo de quintal. Como bem disse o Robson Izaias: “Depende da formação de quem ensina”. Como disse o Elton, “um professor deve ter formação e registro na Federação que controlam estas práticas”. Essa é era a discussão.
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Vamos considerar que uma criança não goste disso, ou não de adapte? O que vai acontecer com ela? A “arte marcial” vai fazer dela uma pessoa de total “auto controle”, ou vai frustrá-la cada vez mais com a imposição? Então respondendo ao Robson: Não foi crítica, foi observação direcionada não a arte, mas a quem a ensina. Tem que ser gente com formação reconhecida e preparada. Como também disse a Josy: “O profissional tem que ter formação e registro”.
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Uma coisa precisa ser esclarecida aqui. Não me referi a nenhuma academia. Disse que “há pessoas que acreditam que esportes marginalizados como a Capoeira, e violentos como o “Muhay Thai ou Kung Fú, podem ser aplicadas como doutrinas e filosofias sob a égide educacional que supostamente pregam a não-violência e o auto-controle”.
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Isso é bem diferente do que foi interpretado! Também não concordo que sejam esportes marginalizados. O que difere é sua aplicação!
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E não concordo que gente despreparada, possa estar ministrando este tipo de atividade como “aula de educação física”, o que vem ocorrendo em inúmeras escolas do país, atendendo talvez equivocadamente a BNCC.
Já disse, é MINHA OPINIÃO!
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A própria definição etimológica que dei sobre as “Artes Marciais” já aponta sua finalidade! Não descobri o ovo de Colombo. A matéria não teve cunho de discutir detalhes desta ou daquela modalidade de arte como esporte, mas sua aplicabilidade no fator Educação. Só isso! Mas não tenho dúvida que sua influência com exercícios práticos aplicado por pessoas despreparadas trará mais efeitos negativos que positivos.
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Um detalhe que poucos atentam, é que as principais mudanças ao implementar a BNCC como políticas educacionais deve começar com a elaboração dos currículos locais, avaliação da formação inicial e continuada dos professores, e só depois sua aplicação didática, como pedagogia aos alunos. O que particularmente entendo ser salutar mais como aplicação teórica cultural, do que prática como exercícios. Para isto existem outras vertentes na educação física, sem a aplicação de métodos que venham incentivar a violência.
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Arrisco a dizer aqui, que muitos professores sequer conhecem o BNCC ou tenham lido o documento na íntegra. Que coordenadores pedagógicos ou diretores e professores façam a leitura e discutam o tema durante as reuniões coletivas para que não incorram no erro de deixar a BNCC em seu cotidiano escolar, a revelia de qualquer pessoa "indicada" e despreparada para tal.
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Ao se começar qualquer leitura, talvez nossa primeira preocupação deveria ser entender qual a finalidade do texto, para não incorrermos no equívoco de julgar ou pré-conceitual o trabalho, mas para compreendermos melhor o contexto no qual a literatura foi concebida. Estão confundindo "Educação Física" com "Modalidades Esportivas de Combate".
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